sábado, 29 de setembro de 2012

Miscelânias de uma Mente Dormente



O que é importante pra mim, pode não ser importante pra você.

Na dúvida, dance.

Tá com falta do que escrever? Tome um sundae.

Arrume-se com o que tem. Cada um possui o que correu atrás pra buscar.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ontem fui comprar um notebook com D. Nelly, senhora minha mãe.
O meu caiu no chão e a tela espatifou em mil pedaços e agora parece um desenho pós moderno, desses que  a gente não entende nada, mas  acha bonito.
Estava lá pensando se comprava  o computador à vista ou em 10 vezes sem juros, quando a vendedora interrompe meus cálculos e me    diz que  estava reparando nas minhas pernas.
- Como?
- Desde que você entrou na loja,  estou reparando em  suas pernas. São bonitas, tprneadas  e tão lisinhas... Desculpe perguntar quantos anos você tem?
- -45.
- Nossa! dava 33.
-Se mata na academia?
-Nem morta!
- Poxa vc é muito bonita! Quem dera eu tivesse umas pernas assim...
Sorrio de uma orelha a outra,  Preciso de um pouco de elogio. Vindo de outra mulher, é melhor ainda.Encolho a barriga discretamente para não decepcionar a minha fã. Afinal isso são pequenos detalhes.
- É genético. Minha mãe aqui  tem 85. veja só esta  carinha mais linda do mundo.
D. Nelly se mete na conversa.
- Você  me desculpa falar, mas as minhas pernas, são mais bonitas do que a dela. Olha só.
E levanta as saias até o meio das coxas. A vendedora arregala os olhos. E passa a mão nas coxas lisas e duras de minha mãe.
-Uau!
- Um dia desses me médico me falou:_ Meu deus mas a senhora tem a perna muito durinha, sem uma varizes..nem celulites...
 E ela respondeu.
- Ai ai ai doutor,...  pode ir tirando os olhos das minhas pernas.

Definitivamente, Eu tenho a quem puxar. É Genético.
Frida, Frida...
Me ensina a ser como você?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Outra Cama

Este curta foi  produzido e filmado pelo meu sobrinho Pedro Lima.  Estou corujando mesmo;
Eles  são jovens.
E tem sonhos.
e nessa epoca da vida, os sonhos são lindos.
E todos possíveis.

Na busca do meu estilo de escrita, vou sovejando por entre os ossos.
Hoje, nada de teias nem atalhos.
nem navios à deriva, nem poemas mórbidos. Todos já foram escritos. Resta-me o riso.
Hoje, nada de lágrimas que ninguem vê e nem de promessas que custam a se refazer
Hoje, nada  de vazios e lamparinas milagrosas.
Hoje, apenas a vida, como ela deve ser.
A grande navalhada já estava gangrenado, apenas meus olhos custaram a perceber.
Depois que a gente faz 45 anos, começa a perceber que a vida está  apenas começando, que a gente já  fez um monte de burrada, e que está na maior cilada acreditando que o que nunca deu certo, de uma hora pra outra vai dar.
 Peraí.
Não sou mais uma garotinha esperando o onibus pra escola, sozinha.
Sou uma mulher de 45 anos e devia ter a cabeça no lugar.
E tenho.
Quer dize, só as vezes, preferencialmente em público.
Fora disso, sou eu mesma, um ser sem idade.  Meu interior é o mesmo menino de sempre.Não me meço pelos anos que carrego na certidão de nascimento.
Me encolho e  ainda sonho uns sonhos de menina moça. Alias, isso vem me enervando ultimamente;
 Eu nuncat fui cheagada a sonhos de menina moça, e  agora,  fico tendo esses sonhos, igual obsessão... acho que estou sendo possuida igual naqueles filmes  em que é preciso chamar o padre para fazer um exorcismo.

As vezes, sinto falta de viver perigosamente. Viver perigosamente quer dizer fazer exatamente  aquilo que se quer fazer, sem prestar contas pra ninguém.
 Tenho 45 anos, mas estou travada.
Não que isso me deixe envergonhada. Quem é o(a) sortudo (a)que pode realmente   fazer aquilo que quer irresponsavelmente? sem pensar no amanha? nas consequências? nos filhos? no trabalho? na conta de luz no final do mes para pagar? no raio do empréstimo consignado  feito  pra poder viajar no final do ano?Quem  nessa vida consegue esquecer da cara do gerente do banco?
Eu deveria saber  aos 45 anos.
Deveria estar pensando  em coisas mais concretas, fazendo coisas mais concretas, investindo em mim... focando na carreira..querendo colocar prótese de silicone, fazendo dieta pra caber no manequim 36 e fingindo que ainda sou  uma jovem na academia.
 Mas é como se uma baleia enorme tivesse me devorado e eu calmamente  me acostumasse a escuridão. As vezes choro. Quero minha mãe.
 Adoro minha escuridão interna. Adoro meus dias úmidos, meu eterno estado de poesia.
Vejo a vida como a via antes de completar os tais dos enta.
Dia desses Naninha, minha amiga ha mais de vinte anos. ( eu sei é horrivel dizer issso, sim, mas eu tinha apenas dezoito anos,  quando a conheci, portanto é uma velha amiga.) me disse:- Cara, você era a mais moderninha de nós todas, ( nós todas: eu  e mais duas amigas) e agora?  e agora maria de fatima? ( é assim que ela me chama ha mais de 20 anos) Qual é a sua cara?
Humm... eu moderninha? só porque gostava do Legião Urbana? bebia todas? fumava uns? beijava todas as bocas que queria e me divertia com quem me agradasse? era morderninha porque fiquei gravida e não quis casar? era moderninha porque acampava e ficava dias fora de casa com meu indefectivel podrão  da Topper e meu shortinho da wangler comprado na Ce A?
Era moderninha porque não  sonhava filhos, nem familia e  vivia cada dia de uma vez?
ou será que eu era moderninha porque a vida  não me espantava e eu tomava gim e vodka ou invés de cuba libre?



domingo, 16 de setembro de 2012

Estou às avessas.
De uma hora pra outra saí de um inverno interno rigoroso e sombrio e dei de escrever...
Foi a melhor coisa que fiz nos últimos cinco anos, já que as postagens no blog tem sido meramente burocráticas, já que não conseguia pensar em nada, além de viver um dia após o outro, reclamando da vida.
Tudo estava sem sentindo e de repente as manhãs ensolaradas.... Dei de escrever.
E juntamente com a vontade de matar essa fome, uma outra coisa aconteceu: Dei de  ler absurdamente.
 Não me critiquem. Sempre li muito. Cinco livros por vez. De manhã, de tarde, de noite e  nas altas madrugadas.
Depois a coisa foi dimiunindo a olhos vistos, já que uma catarata consumia my eyes.
Operei a catarata tem 20 dias. Isso me animou. Mesmo que de um lado  o mundo seja vivo  fuorescente,  e do outro lado,  amarelo pastel embassado.
O médico recomendou outra operação  daqui a 15  dias. Reviver o olho direito..
Fico pensando o que vai acontecer comigo.
Me irradio de alegria.
Se  vendo pela metade, estou tão disposta a escrever, errar,  a me enverhonhar dos meus escritos publicamente, quem dirá o que pode me acontecer, quando o mundo finalmente se tornar fluorescente por inteiro?
Minha alma voa acima do  meu corpo, e me vejo no meu canto, digitando como louca, escrevendo nos meus cadernos. Feliz,  igual criança quando pede um doce, e a mãe sorridente diz sim, compra o doce e ainda come junto.  
Resolvi arrumar os livros na  estante e decidi que fazê-los ia conversar entre si, sem obedecer a tamanhos, ordem ou gêneros.

Oswald de Andrade do lado de Jean Genet, Rachel de Queiroz em prosa com Jane Austen, Lya Luft do ladindo de Menalton Braff; Clarice sozinha com os seus. João Guimarães Rosa brigou e quis ficar perto de Gabriela. Compreensível.
Focault renunciou a estante principal e preferiu ir para o exílio do armário do quarto. Manuel Bandeira preferiu Haroldo de Oliveira. Apenas diferente.  Millôr se aconchegou com Saramago, e Cecilia depois dos  rodopios virou passarinho com Manoel de Barros.
Marina Colassanti se desdobra entre João Cabral de Melo Neto e Érico Verissimo.
Nelida Piñon atormentada por Goethe enquanto João  Américo de Almeida reina absoluto na sua tríade, minha forma geométrica preferida.
Mario Quintana quietinho.Do seu lado, o espevitado Darcy Ribeitro.
Muniz Sodré no meio do caminho de Drummond, Machado fez questão de dormitar ao lado de Florestan Fernandes enquanto Paulo Freire não resistiu aos encantos de Lygia Bojunga.
Não que eu tenha programado nada.
A coisa simplesmente aconteceu
 Estou  curiossima pra ver  que bicho vai dar esse coloquio interessante.    

sábado, 15 de setembro de 2012

  Dia desses, estava eu, em mais uma crise de identidade.
Normal.
Desde que me conheço por gente, que vivo crises assim: intensas, desfigurativas,complexas e que nunca chegam  a lugar nenhum.
Por uma artimanha do destino, cruzei com um amigo  no skype.
Ele é um artista,  é ilustrador, sensível... aprendeu a  decifrar  as palavras que o autor expressa, através das linhas do desenho..
E comecei meu blalablabla...
"Eu não consigo escrever... não tenho rotina, as palavras  fogem de mim, estou tão down,,, tive diarios a vida toda, escrevi a vida toda, mas na verdade acho que não tenho nada a dizer e  blablablablabla...".
Cansativo.
Coitado do ouvido desse meu amigo.
Se fosse eu, não pensaria duas vezes: me excluiria do skype para sempre, nessa e na outra encarnação.
Mas ele é um doce. É um artista. Nunca faria isso.
Entende a aflição. A costura e o bordado.
E me disse. -Fica calma e acha o seu estilo de escrita
-Ai meu deus.... estilo de escrita?
-Esse estilo ja existe.Procure em todos os seus textos o que se repete, procure.  Quando achar  comece a utilizar mais...
-Ahã... ok.

Agora estou  com medo de procurar.

 E a crise continua.  Intensa. Desfigarativa. Complexa. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012



O mar de nós mesmos,  revolto, sem calmaria, nos traz  garrafas abertas e pedaços de barcos despedaçados, nos deixa a revelia das coisas e lugares,  náufragos seguimos sem norte....quem sabe até encontrar uma ilha perdida no meio de coisa nenhuma... 
 O mal de nós mesmos,  é aquele que negamos, mas que que habita em nós...  cegos,  damos voltas e mais voltas nos atalhos para dizer que  o mal está sempre o outro...Mas quanto mais negamos o mal em nós, mais ele se fortalece...
E a  mediocridade de nós mesmos? a escondemos nas gavetas e deixamos emborolar, para que ela esqueça  de se manifestar, enquanto atônitos, levamos o cachorro pra passear...
E essa vontade de roer a corda e sair do mundo? O que é afinal?
 Vontade de não estar,  de não ser,  de se perder e  nunca mais voltar  para o lugar que  é nossa prisão...

  Mas e se durante a volta  não tiver nada além das violetas na janela? Encafifadas.Morrendo  de febre neste calor de 40 e poucos graus?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012


Ser feliz ou ter uma vida interessante?


Essa indagação nasceu  de um texto que li da Martha Medeiros ha muito tempo, sobre a citação do psicanalista Contardo Calligaris que comentou que ser feliz não é tão importante, que mais vale viver uma vida interessante.
Se isso me fosse dito quando esperava que o sol nascesse todas as manhãs do mesmo jeito, com a  minha intrasigência habitual, maturada pela imaturidade, mandaria esse psicanalista ir colher chuchus, como nos versos de Adélia.
Mas agora me vejo tão pertencida desse pensamento.
Não precisar da felicidade, necessariamente para ser feliz, é de uma libertação que ainda me choca, mas é uma atitude que venho cultivando a cada dia que passa, com a força de tratores.
Quando acreditamos que um dia de chuva pode acabar com a nossa felicidade, ou um vestido que tem o fio puxado, ou o cara que você ama não é exatamente aquilo que você sonha de um homem perfeito, estamos fadados a eterna insatisfação.
Não que tenhamos que os contentar com o pouco, com o mínimo, mas é preciso extrair da vida o que ela te oferece.
Ter uma vida interessante parece sim a vida perfeita.
 Mas somente agora posso dizer isso.
 Passada a aflição da metáfora, posso me entregar a antítese sem medos.
Posso parir o desconhecido,  enfrentar velhos  desafios,
me entregar às ambições mais pequenas como ler um livro sem ser incomodada, isso sim felicidade suprema.
Coisas pequenas nos fazem tão bem, pena que não nos damos conta disso.
Eu tive que aprender no sufoco a dar a valor as  pequnas  coisas sem almejar as metas tradicionais, ao que supostamente estava escrito.
E só me dei conta disso, quando saí do poço e vi que a cada dia eu recomeçava do zero.
Cada dia era um dia diferente e que eu estava disposta a tudo.
Realmente dá trabalho viver.
Mas é tão bom.