domingo, 1 de dezembro de 2013

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

na cidade, parecer.
cabelos lisos, domados, impecável amarelo
tons de vermelho, salto alto.

deusa.

no mato, revelar.
mulher selvagem
anca primitiva
olhos no meio do rio.

Tesa.


terça-feira, 5 de novembro de 2013





Estava aqui pensando com os meus botões...Como fazer que essa palavra estrangulada... ressuscite?

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Não adianta falar  coisa alguma.
Os ouvidos se fechem automaticamente quando não se quer ouvir.
São como  os olhos caídos de sono que não que não respeitam coisa alguma.
O sono atropela as coisas
 A falta de paciência também.
 A intolerância e todos os bichos mordazes que vão nos roendo as entranhas também.
Os desejos que guardamos dentro de minúsculas caixinha de musica, também.
Guardamos os medos pra ninguém ver.
Pra ninguém notar que existem.
E os medos, aqueles medos de falta de amor de mãe,  de medo que o pai morra e que o céu caia sobre as nossas cabeças permanecem por mais tempo que deveriam.
 O que são esses medos?
Medo de envelhecer e perceber que igual adolescentes, não sabemos pra onde ir.
Porque estamos ali, numa zona desconhecida, e pior, sabemos o que pode vir pela frente.
Algumas vezes, não esquecemos do que deixamos pra trás.  
 Mas medo mesmo eu senti, no dia que sonhei que acordava.
Eu  tive um sonho e  pensei que estava acordada.
No meio da noite eu abri os olhos, e o céu estava de um vermelho alaranjado.
Eu sabia que era de manhã, meus instintos sabem de manhãs, mas as sombras carregadas impediam de identificar se era dia ou se era noite.
Mas eu sabia que era dia.
Percebia a manhã como o poeta percebe a palavra.
Eu devia estar acordando aquela hora. Era a  hora que  o despertador sempre  tocava.
Todos os dias, religiosamente, todos os dias, na mesma hora, com sua música enjoada.
 A janela da sala estava aberta e o vidro trepidava de mansinho com o vento que batia nas árvores mas não chegava até mim.
 De repente, um enorme anjo caiu na meio da sala.
 Não pude ver seu rosto porque ele era gigante.
Só pude ver os dedos dos seus pés.
 Descalços.
Não sei se os dedos eram brancos ou marrons.
Transparentes.
Eu tremia, um tremor revolvido, que vinha das profundezas dos meus medos infantis quando achava que o mundo ia acabar por um estalar de dedos do aiatolá khomenini e seus olhos caídos.
Num frenesi eu sabia que  tudo estaria acabado, em poucos minutos.
O anjo apocalíptico veio me buscar.
Ele estava ali no meio  da  minha sala e eu não conseguia ver seus olhos.
Mas ele estava ali.

Um gigante devorador,  e eu nem pude ver se ele tinha asas.



Gosto das palavras que dizem tudo.
Pêndulo.
Oráculo.
Podre.
Peido.

Solidão.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013


Ok. Vamos lá então.
Exercicios de boa convivência, quando você simplesmente não faz questão, não fazem mais parte de  mim.
Sorrir quendo na verdade, você tem vontade de esganar
 Cansei de tolerar conversas, pessoas, projetos que não te levam a lugar nenhum
Não  tenho  mais paciência para fingir que não estou vendo, ou que estou gostando.
Agora é assim. Vamos lá então.
se não gosto, não gosto.
se não quero, não falo, não faço, não converso.
Se não vejo,  é porque não estou vendo mesmo, e nem fazendo questão.
E ponto duplamante final.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013


Faz frio no Rio de Janeiro.
Podem rir quem vive abaixo dos 0 graus.
Mas faz frio no Rio de Janeiro. 18 graus e sair debaixo do cobertor é tão dificil, quanto ás vezes é dificil viver entre  meias verdades.
O céu cinza e o  vento manso, é quase uma novidade, acostumados ao sol desértico e voraz que nos consome 350 dias por ano, porque tenho certeza que  os outros quinze, varia entre um sol escaldante e um sol morno que sempre nos lembra, que ele é fiel, e nunca  nos deixará.
Sempre quando é inverno e  me encontro debaixo do cobertor, penso em fevereiro e minha alma treme, não de frio  mas de terror.
Lá em fevereiro, não muito longe, está o pior calor da vida de uma pessoa humana. As coisas  ficam contorcidas, e como um expedidor perdido no Saara, não vemos a hora de encontrar um cálido e repousante oásis, que  se resume simplesmente em um ar condicionado.
Sim, tudo no Rio deveria ter ar condicionado, é o minimo numa cidade onde o sol, fiel, nunca nos abandona. Discussões sobre o consumo responsável, fica para uma outra postagem.
Então, sempre quando estamos no inverno, divago sobre o verão, torcendo que ele nunca chegue.
Me falo internamente: - Ai, o Rio podia ser assim sempre... Esse frio, esse céu, mas sem chuva, porque a chuva, bendita só serve para os sábados e domingos, em que estamos muito cansados e o sofá, o café e  um bom livro, um bom filme é tudo o que a gente merece naquele dia.
Mas sempre quando falo isso, me vem  imagens de um lindo por de sol em Buzios, do chopp gelado descendo sua espuma na garganta, os banhos gelados de Rio, o ar refrescante do Jardim botãnico, um banho de mar com as crianças, o céu  azul absurdamente estonteante de Arraial, a cidade onde o sol passa o inverno...e as pessoas  borbulhando nas ruas...
O jardim fica com um verde diferente, tudo é  intenso.
E me dou conta que nunca viveria sem o sol.
Por mais que eu treme em saber que ele  vai chegar em breve, fiel e soberano, e me causará um transtorno interno, eu vibro com sua chegada, quando os dias nascem mais cedo e demora a querer ir embora.
Escuto Cariocas com Adriana Calcanhoto. É. Talvez. quem sabe.

segunda-feira, 3 de junho de 2013


Se existe tempo para as coisas terminarem ou começarem,
 Se existe tempo para  as plantas brotarem,
 para os amores despertarem,
Também existe o tempo para recomeçar.
Partir do zero da  vida constituída. Ir onde nunca  se pensou  chegar.
Isso requer, partir pra cima do destino, esfregar na cara  da vida, nosso peito de aço adquirido nas tranqueiras diárias,  significa empurrar pra debaixo do tapete o medo, que acumulado, só traz desequilibrio e paranóia.
Re-começar, significa às vezes, sair  de nenhum ponto de partida, mas  querendo chegar no alvo apontado pela seta, que direciona nosso coração.
Se existe tempo para todas as coisas.
 E se o mundo, por ventura, for mesmo dialético. assim tambem são nossas escolhas.
Ser obrigado a  viver uma vida que não se quer viver, aturar pessoas que não mais suportamos, continuar em trabalhos que subjugam nossa inteligência, comungar com amigos que não reconhecem nossa força interior, se dedicar a amores que não sabem nada da nossa fragilidade, é simplesmente aceitar que a vida não tem movimento.
 Há que sermos Dom Quixotes.
E experimentar a suprema aventura, do ser humano, que é viver...
 Há que sermos Dom Quixotes de nosso próprio destino.
 E arder no inferno das nossas escolhas,
Dormir em cama de capim por nossas escolhas,
Ver florir  campos com nossas escolhas,
Desbravar desertos com nossas escolhas,
 Essas escolhas, que são tão nossas,  e que nos constituem, e que por vezes deixamos de lado, porque acreditamos que existem outras prioridades,  e que é preciso fazer  mil concessões para o nosso bem estar e  o de nossos pares.
Há que sermos Dom Quixotes
Assim, sem mais nem menos,  floresceremos.
Aos 20,  aos 30,  aos 40,  aos 50, aos 60. aos 70 ,  aos 80...
Nós somos nós mesmos em todas as idades.
Só a carcaça, o velho corpo é que envelhece.
Mas a gente  ainda tá lá. Borbulhantes como no primeiro dia em que respiramos fora do útero  da mãe.
Estamos  neste mundo  e merecemos a vida. Porque ela é curta.
E ninguém nunca voltou pra dizer o que tem lá do outro lado.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

a girafa que comia estrelas

Não.
este não é um post sobre a novela de  Jose Eduardo Agualusa.
Nunca li este livro.
Mas me deparei com este título num desses dias em que pesquisar no google, parece a unica coisa viável e sem contramão.
Estava lá.
Num intevalo entre números de telefone de sindicatos e secretarias de meio ambiente.
No fechamento de uma viagem breve a Ribeirão Preto, em que tudo me remetia a cheiro de mofo e usados.
O céu de Ribeirão não me dá calafrios.
Me lembrava do mar de cana.
Mar de abacaxii.
E  me lembrei com um certo carinho de uma vaca que vi em Claraval, Cidade perdida no meio do nada e de coisa nenhuma.
No caminho pra  esta cidade, tem uma árvore; Seca. quase uma gomeira, arvora da minha vida.
E então, me vi assim, meio intrometida num mundo majestoso e ao mesmo tempo sem mágica.
E Agualusa surgiu no meio desse nada.
Quando vi, estava  adentrando neste mundo angolano. um pouco desconhecido, um pouco decifrado,
E eis que aparece bem, diante dos meus olhos esse título: A girafa que comia estrelas.
Fiquei pensando: que coisa linda! mas que coisa realmente linda esse título!
Sempre fui dificil com títulos, Não gosto deles,ou quem sabe, eles fujam de mim; mas lá estava eu. Encantanda com o título que mexia com minha imaginação.
 Eu fiz um livro que se chama  " o menino que queria chorar estrelas e todo mundo sempre me  falou Que lindo esse título!
Eu tenho certeza que não fui eu que dei esse título ao texto. Ele nasceu nem sei de onde,  por si só. mas está lá, na capa do livro ilustrado pelo  querido Claudio Martins.
Acho que as estrelas mexem com as pessoas.
Quiça porque  as estelas sejam são tão lindas a distancia e tão magnificamente misteriosas quando você entende um pouco sobre elas.
Mas eu não quero entender as estrelas.
 Na semana que vem, estarei em algum lugar, talvez em São Simão, e lá  eu olharei  para o céu e  talvez, tenha tempo de apreciar as estrelas.
Lá o céu é um mundão.
 tenho certeza que  a tal girafa que comia estrelas estará comigo.
Só tenho duas opções:
Ou correr pra livraria e comprar o livro
ou
Correr para o mundo e tentar procurar esta girafa.
Ando precisando de aventuras.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A teimosia é uma tranqueira.
A idéia é ir vivendo a vida e fazendo aquilo que nos cabe no dia a dia: Acreditar que as nossas escolhas são as melhores coisas que fazemos para a nossa vida e para os nossos pares.
Mas aí  coisa não funciona.
A gente tenta tenta de novo.
E não funciona.
De novo.
Nada.
O caldo entorna, bate a depressão, a sensação do  fracasso se instala, causando sérios  danos a nossa saúde mental.
 Mas como saber se o que a gente faz é teimosia ou apenas perserverança?
 Como decidir se o que a gente quer quer, nunca será o que gente decidiu que será?
Quando um amigo verdadeiro, daqueles que realmente  te querem bem. nos diz em  alto e bom som que as coisas que a gente está fazendo, pensando, decidindo é chover no molhado.
Quem vê de fora vê melhor, porque não está envolvido diretamente na situação.
E o que nos  resta é  literalmente adestrar o nosso  cérebro a desistir de tal coisa, mandar mensagens pra ele de que há outras coisas além do horizonte, que nem tudo está perdido,e que sim, apesar de parecer não haver uma saída,  sempre haverá  uma saída.
Diferente de hoje.
Nem melhor, nem pior.
Pensar que desistir as vezes é a unica saída.
E isso, não parece não, mas alivia a alma.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Fico feliz de saber que amanhã será um outro dia.
Assim, sem mais nem menos. apenas um outro dia.
E não será como um outro qualquer.
Será  o AMANHA.
Com suas tranqueiras, suas  surpresas, com a sua verdade.
O hoje será esquecido, tão logo  eu abra os olhos. Será ontem.
E ontem,  em detrimento do amanhã, do hoje, não tem mais importãncia. Nem que ontem tivesse sido o dia mais lindo, o dia mais inesquecovel de todos os tempos.
O hoje é o melhor de todos. Pois é agora, e não devir.
Hoje estou aqui. Já vivi a metade do dia. a metade da noite. e a outra metade vai ser entregue a um livro, uma idéia, de repente quem sabe,  uma poesia.

A vida é assim.
Um dia de cada vez que vão nos formando, nos dilatando, dilacerando,
 nos confortando, nos ensinando lições que nem sempre vamos aprender.
Mas sigamos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

paper man

O curta  de animação que levou o oscar.
 Bonitinho.... mas... será que merecia mesmo, ou foi  o peso da Disney  que o fez ganhar?
Adorei a cara do Joaquim Fenix ao ser citado como indicado ao oscar de melhor ator.
Adorei seu pouco caso.....


jol.jpg

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013



O amor é estúpido.
Nos corrói, nos dilacera, nos enche de medos e inseguras e de certezas  das mais incertas.
O amor é estúpido, é cego, é voraz, avassalador, inconveniente...
O amor não é paixão que depois de um certo tempo esfria, é calor, é quentura, é vulcão em erupção....
O amor não tem regras, transcende  o jogo moral, o politicamente correto, no amor  vale tudo  assim como na guerra.
O amor é gritaria, olhos fechados, braços abertos. calmaria e também explosão.
O amor  figurado, metáfora moderna, que vemos hoje é um amor que não vale a pena, é um amor transformado pela mente cibernética, pelos movimentos rápidos,  o amor de hoje é quase um post de internet, que logo  morre á primeira exposição,  e nasce outro no mesmo tronco...
gosto dos amores incandescentes.
Loucos, desvairados, desvalidos, impunes.
O amor é estúpido.
Invade, não pede licença.
Se instala. Não aceita ser desalojado.
Briga, faz pirraça, se atira, se atiça, se indigna...
O amor nos leva ao céu e ao inferno.
É  audaz, insano.
 Tanto pode fazer a vida ficar melhor, ou pior.
O certo é que o amor nos acompanha.
Como um fantasma, como um delírio,  como um martírio ou libertação.
O certo é que o amor, é o amor.
É duro, é forte.
É  perigoso o amor.

      

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

domingo, 13 de janeiro de 2013

Foto: Sobre outros assuntos:

 O sol apareceu hoje de novo, depois de dias de chuva e um frio ligeiro.
Os passarinhos estão cantando. em ciranda, e os carros passam devagar, dando uma vaga impressão de que não vive ninguém nas ruas. O silencio é tão bom.
Esses dias cinzas levam a uma introspecção forçada. Quase uma conversão. Sinto-me como se estive na fila de um confessionário, onde a fila anda bem devagar.  Íntimos e cruéis, os pensamentos cismam de acontecer, porque não ha nada mais para fazer, a não ser apreciar os pingos da chuva. Se estão fracos, amenos, ou se de tão fortes  podem causar enxurradas...
A chuva cai, e faz  barulhos estranhos na casa.Será alguém na varanda? Quem está ai? É a chuva.
O sol não tem som.
O sol tem outra matriz. 
Ele não está nem ai pra ninguém. Assim como a chuva também não. Ambos são parte deste segredo que cismamos em controlar. Orô maior, acima de nós. insondável. 
Dia lindo  mesmo é quando esses dois elementos se juntam, casualmente.
Sol com chuva casamento de viúva.
Chuva com sol casamento de espanhol
e assim vamos vivendo....
Onde os passarinhos se escondem?
Por onde andará meu bentevi?
E o meu lindo beija-flor?
Onde andarão, as  minhas borboletas que saem não sei de qual casulo, e vem me brindar com suas corzinhas pastéis?
Ando assim.
Meio sol.
Meio chuva.
Querendo passarinhos, urgindo borboletas, desafiando minha intimidade, nestes dias que de tão desencontrados, duram mais do que posso suportar.

Sobre outros assuntos:

O sol apareceu hoje de novo, depois de dias de chuva e um frio ligeiro.
Os passarinhos estão cantando. em ciranda, e os carros passam devagar, dando uma vaga impressão de que não vive ninguém nas ruas. O silencio é tão bom.
Esses dias cinzas levam a uma introspecção forçada. Quase uma conversão. Sinto-me como se estive na fila de um confessionário, onde a fila anda bem devagar. Íntimos e cruéis, os pensamentos cismam de acontecer, porque não ha nada mais para fazer, a não ser apreciar os pingos da chuva. Se estão fracos, amenos, ou se de tão fortes podem causar enxurradas...
A chuva cai, e faz barulhos estranhos na casa. Será alguém na varanda? Quem está ai? É a chuva.
O sol não tem som.
O sol tem outra matriz. 
Ele não está nem ai pra ninguém. Assim como a chuva também não. Ambos são parte deste segredo que cismamos em controlar. Orô maior, acima de nós. insondável. 
Dia lindo mesmo é quando esses dois elementos se juntam, casualmente.
Sol com chuva casamento de viúva.
Chuva com sol casamento de espanhol
e assim vamos vivendo....
Onde os passarinhos se escondem?
Por onde andará meu bentevi?
E o meu lindo beija-flor?
Onde andarão, as minhas borboletas que saem não sei de qual casulo, e vem me brindar com suas corzinhas pastéis?
Ando assim.
Meio sol.
Meio chuva.
Querendo passarinhos, urgindo borboletas, desafiando minha intimidade, nestes dias que de tão desencontrados, duram mais do que posso suportar.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Dolce & Gabbana assinam o controverso fato de Messi

Vamos lá: o mundo não acabou, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.
Resoluções de ano novo.
Espera do carnaval.
Quais são os orixás  que regem este ano mesmo?
Obama com  os tradicionais problemas no congresso
Dilma tentando evitar os inevitáveis apagões
Desemprego geral
Crise na Europa
Guerra na Siria
BBB 2013
 A maior novidade do ano até agora foi o terno de bolinhas do Messi.
Dolce e Gabbana.
 Mas mesmo assim, estranhíssimo.


Tudo como antes no quartel de Abrantes.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013


Já nem me lembrava mais de como a vida podia dar tantas  e tantas voltas
e de como o universo as vezes age de maneira tão certa, que parece até um software de computador...

sábado, 5 de janeiro de 2013


Depois de tanto falar, as palavras retrocedem onde antes existia turbilhão,  agora existe o silêncio
 As coisas simplesmente se esvaziam.
Não há recomeços.
As palavras  e todo o resto estão guardados em gavetas eleitas para este fim.
Você até tenta olhar nos mesmos olhos e procura o que causou  o encontro acontecido  há tantos anos atrás..
Busca seu eu refletido, recordações que fariam alguma diferença no dilema, busca algum movimento na mesma direção, busca a ânsia dos primeiros momentos, do primeiro beijo, do primeiro olhar...
Onde tudo isso foi parar? em que buraco se meteu toda a tolerância?
Porque agora é impossível fechar os olhos diante dos pequenos defeitos?  
Cadê a  perfeição da memória? as sutilezas da voz?  a delicadeza dos encontros desencontrados que  fizeram achar que este sim, era o o homem da sua vida? Que a fazia cheirar as camisas buscando o sabor que antes te levava ao êxtase e a consumia na hora da lavagem  dos lençóis?
Os sentidos estão entorpecidos. Não reconhecem mais os sinais.
Os sentidos, não se reconhecem mais como parte integrante do que está minimamente  posto no dia a dia.
 Será o ponto final? Ou o ponto de ajuste?
E se nunca mais acontecer o link coração-sentido?
E quando nada mais há que possa ser dito, cheirado, consumido, amado, dialogado?
Mas não há a coragem de dizer adeus.
O adeus fica preso na garganta.
Será isso mesmo que quero para mim?
Será que existe um outro  ponto?
Um atalho? Um desvio?

Este fim que não desce na garganta.
Que não diz que sim
Nem diz que não.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013