quinta-feira, 25 de outubro de 2012





O mundo é tão pequeno quanto uma maçã.
Dizem que ele  gira.
Um dia gira pra um lado...
Outro dia, pra lado nenhum.
As voltas que ele dá demoram tanto a voltear, como  os passos que damos em torno
de nós mesmos
O mundo gira e desmancha nossos  sonhos
Dizem, mas eu nunca vi.
Reza a lenda que uma tal de gravidade nos mantem
atados ao chão
mas meus pés insistem em voar nesse
mundo de ninguém.
artefato  azul e verde
com nuvens brancas sobrevoando as carcaças que
fingem viver por aqui...
Esse mundo, tão pequeno
e tão vasto, Raimundo
não é meu
não é seu
é dele mesmo
vaga imensidão
via lactea de coisa nenhuma
E os kuazares distantes? dizem que  são infinitos  abismais.
dizem. mas eu nunca vi, pois estou atada aqui.
Vinda de um útero úmido que nunca me satisfez.
Esta noite sonhei um encontro marcado, num dia qualquer, numa cidade estranha
A lua embassava a janela.
 Eu pensei em meu pai. O mundo é grande, ele dizia.Possibilidades tamanhas.
Mas ele não sabia.
O mundo cabia na palma das minhas mãos.
Nunca ninguém descobriu.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Doideira de dia.
Uma história começada e não terminada.
Nunca sei terminar as histórias.
nunca sei muito bem o que falar no fim.

Dúvidas de  dia.
Devo enviar as histórias para a editora comercial e ficar esperando pelo não e pelo silêncio?
ou devo fazer como Carlos Drummond de Andrade, e fazer um livro por encomenda?

 Dívidas do dia: todas as lojas me ligaram cobrando. todos os três bancos me ligaram cobrando. Cartão de crédito e afins. Até minha mãe me ligou cobrando a parcela do computador que ela tirou pra mim nas Casas Bahia. Não resisti: até tú brutus?

Será que esses caras que cobram a gente também devem?
ou todo mundo, vive num mundinho cor de rosa com lacinhos vermelhos?  
Hábitos.
hábitos.
Hábitos.
Hábitos.
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Hoje estou mais feliz do que de costume.
não sei porque a escova que fiz de manhã deu certo e meu cabelo aguentou com retidão todo o calor que fez hoje no  Rio de Janeiro, ou porque de manhã, eu tenha celebrado a palavra com mais de 50 alunos na E. M. Etiene de Oliveira no primeiro encontro de Artes e Poesia da Escola.
Os alunos leram poesia.

cantaram.
dançaram.
desenharam a capa do meu filho, quer dizer do meu livro, "A Princesa Cambalhotista"
e eu fiquei assim. com um troço  pulsando por dentro,  que reverbera para fora, intenso.
Ver aquelas crianças  e jovens me olhando enquanto eu falava, e seus olhos nos meus, sem armadilhas, foi lindo. aliás, é sempre lindo demais.

_ Minha perspectiva hoje não é a mesma de quando eu tinha 7 anos e comecei a escrever poesia.
Hoje meus olhos enxergam o mundo de uma forma diferente.porque sei que em qualquer lugar, a qualquer momento, vai surgir  uma idéia, ou  não. Mas isso não é o que importa.
Hoje,  carrego comigo um bloquinho para não me esquecer do que pensei. Palavras, ideías, são assim, mesmo, vem e vão, e vocês esquece mesmo, e de repente perde a oportunidade de expressar o que estava vendo, ouvindo, sentindo....

Então é preciso ser disciplinado.Escrever não é fácil. É construção, mas isso se aprende. a vida vai ensinando a palavra vai te ensinando... A poesia eu gosto que venha sozinha. não gosto de trabalhar a palavra  na poesia. Já me acostumei com a idéia de minha poesia ser incompleta. Porque ela nasceu pra ser assim. Não sei ajeitar poesia. E faço como Adélia. espero inspiração. Agora prosa não, vou trabalhando muito, deixo  o texto dormir, revejo, corto, peno, choro, rasgo, desfaço, deleto... mas isso tudo você aprende"


Eu divagando...E eles ali me olhando.Me devorando.

 No final milhões de beijos.
e muitos  incentivos, e muitos abraços, hum lindo dia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012



Lendo Galeano.
O mundo real na veia.
E uma pergunta que  a cada página me incomoda: Isso tudo faz sentido mesmo?
Esse mundo capitalista, imperialista, cibernético, diverso e múltiplo, mas preconceituoso, machista, racista, ganancioso, ás avessas...
Um mundo de imagens, exibicionismo, alter egos inflados,  de gentes indomáveis, de gente superior, de religião superiores, de deus da prosperidade,  um mundo que nega a ancestralidade, que nega o futuro, a esperança...
Um mundo cego, que vive às cegas...
Sei não.... não sei mesmo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

tipo assim... difícil.....


Ser autora num pais que ninguém lê.
Ser autora infantil num pais onde um livro infantil não é acessível para todas as crianças...
É tipo assim...difícil...
E há ainda mais.
Publicar literatura infantil é como avistar um castelo ao longe. Para você chegar até ele, tem que primeiro subir um muro com bastante visgo. Você dá um passo para frente e trezentos para trás.
Ultrapassado esse muro, ainda  há sua espera,  um fosso cheio de jacarés... e detalhe: não tem ponte para atravessar.
Como você não tem uma armadura,  porque afinal não é São Jorge, resta-lhe apenas algumas opções:
a) Ficar olhando da janela esperando a banda passar;
b) Sentar embaixo de uma macieira, e esperar que uma maça caia em cima da sua cabeça e você descubra uma importante teoria que vá mudar o mundo;
c)  Sair nadando igual Michael Phelps e encarar os jacarés;
d) NRA

terça-feira, 2 de outubro de 2012