quarta-feira, 3 de novembro de 2010

somos passageiros



Depois de ler a crônica do Roberto Da Matta de  hoje no Globo, entitulada "Somos todos Passageiros" me deu uma nostalgia do futuro, se é que isso possa existir.
Como será o futuro nessa longa viagem chamada minha vida?
Eu sou de aquário, vivo o amanhã com muita facilidade.
Tanto que o passado não me oprime, é tão natural deixá-lo no seu lugar de convívio que às vezes me assusto quando penso em tudo que vivi, nas coisas que ouvi, que vi, que falei, que descobri, parece incrível mesmo que tudo tenha caido no campo do esquecimento, tão sem paranóias, tão simplesmente simples.
Os amores,  as vitórias, os fracassos, as dores, as porradas do destino, a morte de queridos, a barra de ser trocada, traída  e trair, tudo maravilhosamente adormecido como  se   tivesse acontecido com outra pessoa e não comigo mesma.
O presente é um caos enfurecido. Fervilhante. Incompreensível e abstrato.
O presente me dá medo. Vivê-lo é me atrever a um desconhecido sem eira nem beira, sem lenço e sem documento.
Eu vivo em conta gotas, e vou vivendo  com todos os meus limites.
 Mesmo com medo de tudo, e de todos não me engesso diante de nada.
Vou vivendo.
Sem compaixão de mim mesma.
Agora o futuro, esse companheiro cármico, eu gosto.
Sempre penso que vai ser tudo melhor no que virá, até virar presente afligido, até virar vida vivida neste instante.... aí recomeça a aflição, a angústia encouraçada....
Mas a busca incesante pelo que virá, pelo devir,  pelo vale a pena esperar pelo amanhã, me acalma, e de alguma maneira, me fortalece.
Tudo será melhor amanhã.
Será mesmo? Ou nem mesmo  eu sei o que estou dizendo?
Somos passageiros do tempo. Do hoje, do ontem e do que virá.
Uns vão como diz Da matta, com  a pressa dos  eternamente motivados
outros vão pela sombra,  devagar e sempre.
Assim como eu.

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