Imagem Sam Weber
Daqui da minha janela vejo um pedaço do céu, algumas arvores e uma grande casa amarela que ainda ostenta a decoração de natal.
Porque será que a dona da casa não teve tempo de retirar as pequena luzinhas brilhantes?
O que aconteceu na sua vida, para que ela congelasse em seu cotidiano um artefato tão temático?
Mas agora este artefato não tem graça.
Perdeu o encanto.
Aas luzinhas não brilham mais. Estão apagadas. Enfeitando o nada.
Lembrando de que alguns dias atrás estávamos comemorando o inicio de um novo ano, com as tantas expectativas que isso gera.
As luzinhas estão lá.
Formam um desenho elaborado que acompanha a arquitetura colonial da varanda.
Lembram de um tempo em que as esperanças estavam em alta, brilhantes, dando coragem para nos despedir de um ano que mais do que nunca queríamos nos livrar. Com suas mazelas. Alegrias pequenas.Dores doídas, frustações que só ganham peso como um gato castrado.
Sonhávamos um mundo novo, com sonhos novos, com o zelo santo que nos acompanha todo final de ano.
Daqui da minha janela, vejo o mundo, e ele me avisa que tudo gira gira gira gira e acaba sempre no mesmo lugar.
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