Este final de semana estive em Cavalcante, municipio de Goiás, para realizar atividades de educação ambiental pra consultoria que trabalho. Porém é impossível deixar de ir em Cavalcante, sem visitar a terra dos kalunga, o maior quilombo do terrritório brasileiro.
Foram muitos os sentimentos transmutadas em sentimentos tão profundos. Sentir a terra, sentir as vibrações que vem das matas do cerrado e dos rios de aguas tão claras, que parecem não existir.
Conversar com o povo, aprender a sua sabedoria e guardar como um orô, um segredo de infinitas gamas
Território Kalunga, Santuário mais que sagrado, preservado, salve salve!
A chegada ao quilombo
Memoria dos antigos na casa dos condutores
Nosso café da manhã no quilombo
antes de pegar a serra para a cachoeira
Eu, a guia Selma e a delicadeza de Januária
A gente vive, a e a gente aprende. É assim que as coisas funcionam no mundo. Já dizia uma sábia rezadeira que o tempo é o movimento pra frente... e lá no quilombo, enquanto aguardávamos Januaria, a dona de uma das três lanchonetes existentes no quilombo nos preparou um beiju com chá de capim limão, só o cheiro de chá era reconfortante.Eu ia observcadno o movimento do quilombo naquela manhã fria e pensava de onde tiraria forças para tomar meu banho de cachoeira, síntese do longo caminhar que nos esperava.
De repente, Januaria sai de dentro da pequena cozinha de teto de folhas de buriti. Pede desculpas. Estava varrendo o terreiro antes da nossa chegada, e infelizmente não podia tirar o lixo, porque o marido tinha saído para resolver problemas. Ele ia vender uma vaca.
Interessada, pus-me a indagar os porquês.
Ela explicou. Quando marido sai para resolver negócios, problemas na rua, o lixo da casa varrida, fica esperando ele voltar. Se jogar o lixo fora, o resultado do negócio não é positivo.
Disse isso rindo com seu sorriso aberto: "Esse lixo significa uma vaca".
Estava ainda lá quando o marido chegou a cavalo. Ele havia vendido a vaca.
No nosso retorno da cachoeira, terreiro limpo, nos deliciamos com a comidinha feita para ela e seus filhos e sobrinhos.
Arroz com pequi , gueroba e carne seca picadinha, abobrinha de tão linda que dava vontade de chorar, feijão goiano e um ovo de galinha caipira, para completar suco natural de mangaba, fruto do cerrado.
Isto é o sagrado.
Cachoeira de Santa Barbara: outro segredo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário aqui