Depois de tanto falar, as palavras retrocedem onde antes existia turbilhão,  agora existe o silêncio
 As coisas simplesmente se esvaziam.
Não há recomeços.
As palavras  e todo o resto estão guardados em gavetas eleitas para este fim.
Você até tenta olhar nos mesmos olhos e procura o que causou  o encontro acontecido  há tantos anos atrás..
Busca seu eu refletido, recordações que fariam alguma diferença no dilema, busca algum movimento na mesma direção, busca a ânsia dos primeiros momentos, do primeiro beijo, do primeiro olhar...
Onde tudo isso foi parar? em que buraco se meteu toda a tolerância?
Porque agora é impossível fechar os olhos diante dos pequenos defeitos?  
Cadê a  perfeição da memória? as sutilezas da voz?  a delicadeza dos encontros desencontrados que  fizeram achar que este sim, era o o homem da sua vida? Que a fazia cheirar as camisas buscando o sabor que antes te levava ao êxtase e a consumia na hora da lavagem  dos lençóis?
Os sentidos estão entorpecidos. Não reconhecem mais os sinais.
Os sentidos, não se reconhecem mais como parte integrante do que está minimamente  posto no dia a dia.
 Será o ponto final? Ou o ponto de ajuste?
E se nunca mais acontecer o link coração-sentido?
E quando nada mais há que possa ser dito, cheirado, consumido, amado, dialogado?
Mas não há a coragem de dizer adeus.
O adeus fica preso na garganta.
Será isso mesmo que quero para mim?
Será que existe um outro  ponto?
Um atalho? Um desvio?

Este fim que não desce na garganta.
Que não diz que sim
Nem diz que não.

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