- Olhe só para  você... Olhe só ao que o mundo reduziu a pequena menina.
A menina com a boca igual  da Brigite Bardot.
Nada. Nada. Nada.
Não posso mais roer as unhas, sou mulher crescida e cheia de compromissos.
Não devo atacar os doces da geladeira.
Tenho pesadelos com manequins esqueléticos.
olhe só a que se reduziu minhas coxas grossas... 
E a esta altura do campeonato, já não tenho mais  tranquilidade para estar só.
Sei que...
Deveria.
Talvez?
Quem sabe?
Queria ser feroz, atacar com ferocidade aqueles que usurpam meus sentimentos, queria atacar, estremecer de fascinio ao ver os olhos das minha vítimas arrancados e o sangue esvaindo fluído.
Os olhos das bestas feras arrancados...
E a felicidade me corroendo por dentro, como um caminho dentro do formigueiro.
Apenas me chamem. Não me deixem aqui, com esse aperto no peito.
Vou levantar cedo para cumprir com os rituais.
Começar de novo.
Do principio.
Como se todas as coisas nunca tivessem acontecido, como se os anjos descessem pra  terra, nús e não vestidos com seus  castos e longos  camisolões  azuis.
Odeio azul.
Cor besta.

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