terça-feira, 20 de julho de 2010

cama de capim limão

 
Inda agora te seguia num mundo em que nós dois conhecíamos, cheios de cores e sons, doçuras e malvadezas.
Era  doido esse mundo de rudezas e arrepios.
De forças e saculejos.
De angústia e solidão.
Mas nos reconhecíamos nele não é mesmo?
Contávamos as horas com o piar dos passarinhos.
Cantávamos na seresta até tarde da noite com medo de lembrar que o amanhã
seria sempre um imprevisto a ser driblado...
Inda ontem eu te falei da minha dor que me acompanha desde tempos ancestres. Uma dor que não passa nunca  e que tem cheiro de pitanga.
É uma dor rubra e forte que dói  e dói. Incessante.
Inda ontem estava  eu deitada em nossa cama de capim limão, desfrutando da música calma das flores que dançavam no jardim
 Estava lá pensando que o mundo não tem volta, mas que delicia  é poder estar num canto do mundo cheio de meus pertencimentos.
E se choro  é de saudade.
E o que posso fazer? Seus olhos levaram a esperança.
Inda ontem, quando  estávamos juntos, o amanhã era uma semente, prestes  dar fruto.

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