quinta-feira, 21 de outubro de 2010
revelação
E quando o mundo se mostra tão diferente de tudo aquilo que sempre te acolheu?
E quando tudo o que você acreditava se defaz diante de seus olhos incrédulos?
Suas crenças, seus amores, suas descobertas, seu mundo previamente construído e pré-concebido de seu jeito, número e grau?
É quando você percebe a dialética das coisas.
É quando você percebe a dialética dos corpos.
É quando você percebe a dialética das mentes.
E numa estática surpresa, se coloca na posição de observador.
Só que como a vida é sua, e você atua solo na sua interpretação de ator principal,
você sofre.
E como a idade é avançada e você não tem mais paciência pra sofrer devagar
você urra.
E se os vizinhos ouvirem, eles que se danem, eles que fechem as suas janelas.
Ou rasguem os contratos das suas casas.
Ou observem impassíveis o sofrimento alheio, sem dó, nem vaidade.
Sem zelo e com respeito.
Porque a vida nos invade de tal forma que é impossível ficar alheio ao movimento.
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