sábado, 30 de junho de 2007

Contadores de História do mundo, uni-vos!

Hoje termina a oficina de Contação de Histórias que eu estava fazendo no Espaço Cultural Silvio Monteiro, em Nova.
Não podia deixar de comentar algumas considerações a respeito:

Fazer esta oficina veio de encontro ao que eu buscava algum tempo.

Como contadora de história, me encontrei com uma necessidade de trocar novas experiências, ver o que os outros contadores contam para aprimorar o meu trabalho.

E fiz a coisa certa.

Cada vez mais acredito que espaços de oficina, são espaços não de formação continuada, mas de emoção continuada, espaços de reflexão, espaços de doação.

E como somos privilegiados em poder contar histórias para crianças, jovens e adultos!

Que bom poder chegar e encontrar um grupo grande, com um interesse comum, que é transmitir alegria através da palavra.

Contadores de Histórias, cada um tem sua manha, seus espaços, sua voz, sua emoção, seu jeitinho de contar histórias.

Vamos nos multiplicar, o mundo precisa de alegria!

Contadores de história nunca são demais! São sempre necessários, imprescindíveis, como o ar...

Passei muita emoção fazendo as oficinas.
Chorei.
Ri.
Pensei.
Analisei.
Senti saudades.
Aprendi coisas novas.
Inventei um montão delas depois disso.

E foi tão bom, mas tão bom, mas tão bom...

Igual doce de goiaba com queijo branco.

Dá vontade de mais, mais, mais,mais...

Não poderia deixar de citar o carinho, a competência e objetividade das Contadoras de História Jussara, Soninha e a nossa querida Jeane ( com Laura) que deixaram bem claro a estrutura fundamental de um contador: É preciso ter emoção, alegria, prazer em tornar uma história um sorriso no rosto de uma pessoa.

Valeu Galera! Até a próxima!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

HORROR DOS HORRORES

Vocês viram também ou eu estava sonhando,quando li o pai daqueles delinquentes que espancaram a doméstica, chamando os bandidos, um inclusive seu próprio filho,de pobres crianças?

Na minha visão,esse pai, além do seu filho, é que deveria ser preso.

Prisão perpétua, lendo livros de auto ajuda e de como educar seus próprios filhos.

0U ISTO OU AQUILO

HOJE ESTOU MEIO ASSIM.

MEIO LÁ MEIO CÁ

MEIO BARRO MEIO TIJOLO

MEIO ISTO OU AQUILO

MEIO BRASA MEIO MORA

MEIO ASSIM MEIO ASSADO

MEIO TRISTE

MEIO EU MESMA.

domingo, 24 de junho de 2007

Manual de sobrevivência de uma autor novo

Existe um programa na Nickelondeon chamado "Manual de Sobrevivência Escolar do Ned" onde um menino e seus amigos criam um manual de como lidar com situações inusitadas que acontecem no colégio.

Seria muito bom se inventassem um desses manuais para os novos autores, como eu.

Não sei se isso ia dar conta da imensidão de insegurança que acompanha quem está na luta, buscando seu lugar ao sol. (Falo por mim, apenas por mim. Sou de uma insegurança que me dá medo )

As editoras para mim, em meu imaginário, são castelos cercados com muros bem altos, bem altos, que podem ser tornar intransponíveis para alguns.
São poucos os que conseguem chegar até a porta do castelo, entrar, sentar-se ao lado do rei e banquetear-se .

Faz um tempinho, estava lendo no jornal sobre um grupo de editores e editoras falando do monte de originais que chegam às editoras e que mais de noventa por cento não são sequer considerados. Alguém na reportagem,chamou esse material enviado, se não me engano, de "Pilha das Ilusões".

Fiquei com isso na cabeça um bom tempo.

Sofrendo da tal insegurança crônica, vocês podem imaginar como me senti ao ler isso.

Fiquei envergonhada de mim mesma, deprimida, arrasada.

Quer dizer então, que venho enviando meus originais vezes sem conta,para um lugar que, além de fadado ao fracasso, é visto preconceituosamente como o lugar dos desprestigiados, dos sem indicação, dos sem amigos no meio.

Resta-nos, autores novos, a indústria dos concursos de literatura.

Mas não é preciso ser nenhum Mago Merlim para saber que os grandes autores participam e ganham vários destes prêmios.É só dar um olhada no currículo de vários deles,principalemnte os de literatura infantil, que é o meu caso.

Descobri em algumas andanças literárias que vários autores renomados esperam ansiosamente por estes concursos.Principalmente os grandes concursos, porque além da grana boa de prêmio, há um reconhecimento geral.Tipo: Imagina ganhar o João de Barro? O Barco a Vapor? o Fundalectura?

É um grande reconhecimento para qualquer um. Além de um abridor de janelas.

Mas não sou louca de achar que os grandes não devam participar dos concursos.

Antes pelo contrário.

Acredito que todos devam ter seus direitos de participação, sejam lá no que desejem fazer.

Quem é bom,(e persevera) terá seu espaço alicerçado. Dia menos dia.

Se tem uma coisa que acredito e respeito (apesar de tudo) é a democracia, que pretendo levar para o caixão, quem sabe não preciso dela, numa outra vida?

Sei também que o mar não anda para peixe, principalmente para os autores, num país onde não se lê, em que a escola é formadora de analfanetos funcionais, e que o governo é o grande cliente nacional.

Sei de tudo isso.

Mas começo a pensar que só vale a pena ganhar algum concurso se vocêjá for reconhecido, porque senão de nada adianta vitórias e menções honrosas.

De nadinha mesmo.

Resta-nos então,autores novos, iniciar uma carreira ulterior. Ou seja, junto à nossa localidade: bibliotecas, escolas, centros culturais.

Quanto a mim,parafraseio sem pretensão alguma, Clarice Lispector. Escrevo, mas sou amadora, e não uma escritora profissional.

Escrevo por ... por necessidade...

Fiz outro dia, um apanhado do meu acervo literário.
Começei com poesia desde os oito anos de idade, mas a prosa, ah! a prosa, esta veio de mansinho e arrebatou-me.

Tenho até romance, que está sendo recortado há mais ou menos nove anos. Não consigo ficar feliz com ele. Demanda tempo. Demanda.

Aliás, a poesia me deixa feliz mais rapidamente do que a prosa, mas com todos os problemas, fico feliz com o meu material...

Mas feliz ainda,fico com o que está guardado em mim.

Os versos que não fiz.
As peças que não criei.
Os romances que estão nos becos da memória,
A palavras embotadas dentro do meu coração.
Meu contos e crônicas que serão feitos pela manhã, na companhia exagerada dos passarinhos no buraco do ar condicionado.

O que me motiva a continuar escrevendo, é a verdade lógica irrefutável de todo escritor, ou seja, a própria palavra, ou melhor, o amor à palavra.

A palavra que por vezes se torna a minha melhor amiga, e às vezes minha inimiga mais feroz e obstinada.

Continuo escrevendo não para publicar, mas para continuar de alguma maneira ocupando um espaço neste mundo.

Até que meu pai e meu irmão venham me alcançar nos portões do paraíso.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

E afinal, não era vírus...

Meu computador estava com a placa mãe escangalhada, mas o bichinho foi para o conserto. Amem.

Meu orkut continua no mesmo lugar. enquanbto isso força total no lap top.

Vida normal.


Graças aos deuses.

Memórias...

Hoje vou falar um pouco dessa coisa fantástica que é a memória da gente.

Estou fazendo um curso de Contação de História na Casa de Cultura de Nova Iguaçu, com um pessoal muito massa, organizado e cheio de idéias criativas que é a professora Jussara, a Sonia Lima e Jeane.
A Jussara fez uma dinâmica onde cada participante levava um objeto que fizesse lembrar algo importante da sua vida.
Tanta coisa rolou naquele teatro! Eu chorei tanto! de chorar e de rir. Principalmente da Jeane que por ser atriz deu show ao contar as peripécias do dia de seu casamento.
Motivada por esta atividade, tenho me lembrado de várias coisas do meu passado, da minha vida.
Lembrar é confortar a alma.
E tenho dado conforto à minha, principalmente quando as lembranças não são um mar de rosas.

Como já tive a oportunidade de contar, fui criada parcialmente pelas minhas tias, e hoje uma delas me veio à memória.

Minha tia se chamava Ecy Emilia Reis Cony, casada com meu tio Ze Carlos, irmão do Carlos Heitor Cony, ou simplesmente Heitor, como todos o chamavam em casa.

Minha tia era Contadora de profissão, e meu tio, Professor.Ela Muito inteligente, bonita e cheirosa, ele era bem humorado, paciente, inteligente.
Eles levavam uma vida conturbada, eu saberia depois, mas quando eu os visitava em seu apartamento em Botafogo,tudo me parecia um paraíso perfeito.

Uma das coisas que eu mais gostava nessas visitas era o quarto da minha tia. Ela era super vaidosa.

Tinha várias perucas de todos os tipos e cores, perfumes franceses, roupas de grife, e eu ficava boba olhando aquele mundo de coisas guardadas num guarda roupa enorme, inacessível para um sonho de menina pobre que via tudo aquilo pela primeira vez.

Minha familia era muito humilde, não tínhamos muita coisa na vida a não ser a esperança dos meus pais. Coisas materiais lá em casa, era esperar o natal chegar para ganhar as roupas usadas que vinham das minhas primas.

Então imaginem como eu ficava enlouquecida com tanta coisa bonita ao meu redor.A maquiagem, os colares, os anéis e as pulseiras multicoloridas. Adorava ficar olhando minha tia se arrumar. Agora vejo que aquilo para mim, era uma coisa meio surreal, teatral. Mas eu adorava.

Em meados de 1970, meu tio pediu o divórcio. Foi um escândalo na família! O assunto era tratado a sete chaves, numa época em que criança não ficava na sala ouvindo conversa de adulto. Eu descobri tudo porque me escondi embaixo da mesa.
Queria saber o que minha tia e minha mãe conversavam e que eu não podia saber.


Foi aí que ouvi pela primeira vez a incompreensível palavra Divórcio.

Minha tia nunca aceitou a separação. Nunca.

Mesmo assim, meu tio saiu de casa. Mas demorou longos anos até que a separação fosse legitimada.

Por uma encruzilhada do destino, eles nunca tiveram filhos, pois minha tia era estéril, mas nos anos oitenta, ele topou adotar junto com ela uma menininha linda que fora abandonada pela mãe.
Por amor, ou amizade como queiram, ele aceitou realizar o maior sonho da vida dela.
E assim, Tati passou a fazer parte da nossa familia.

Depois da adoção, eles se divorciaram formalmente.

Tio Zé carlos se estabeleceu com outra família, teve uma filha e minha querida tia adquiriu um câncer de mama, que acabou matando-a.

Lembro-me dela com um carinho que não é possível. Guardo com amor seu diário, datado de 1945, onde ela escreveu poesias e outros pensamentos. Minha tia era tão bonita que fez ponta no cinema, naquela época, coisa rara numa familia de não artistas.

Lembrei-me hoje do tempo, que eu era a filha que ela nunca teve. E quando ela fora um pouco minha mãe. Fui tratada com muito carinho.

No dia em que ela morreu, eu estava no hospital, de sua acompanhante.

Era uma bela tarde de verão. Eu esperava alguém para render-me.

Meu tio chegou na hora da visita e eu vi a troca de seus olhares tristonhos e acho que um pouco apavorados.
Mas havia laçõs. De carinho. De saudade. De amizade, e porque não? De amor.
Ela já não falava mais havia alguns dias.


Resolvi deixá-los sozinhos.

Sabia que era a despedida dos dois.

Dei uma volta, e quando voltei ao quarto, encontrei meu tio chorando no corredor. Chorei junto. O fim estava próximo.

Resolvemos ficar com ela mais um pouco até que outra pessoa viesse nos render.

Quando fomos embora, estávamos muito tristes.Ele me deixou no centro da cidade e foi embora para o Méier.

Naquela mesma noite minha tia morreu, e eu fui me dar conta, que aquele dia também havia sido a última vez em que eu vi meu tio com vida.

Isso me veio na memória hoje. Não sei porque. Talvez porque a mídia esteja anunciando aos quatro ventos o final do relacionamento de dois famosos emergentes, querendo nos fazer acreditar o quão descartável é o amor.

Mas diante de tudo que foi posto, me recuso a acreditar.

domingo, 17 de junho de 2007

Estou lendo um livro do Rubens Alves intitulado " Um céu numa flor silvestre" .( ed. Verus)
São crônicas onde o escritor reflete sobre a beleza, e entre elas, a existência de Deus.
Não pude deixar de transcrever essa passagem, que achei muito legal.

"Com isso ofendem Deus:pintam-no como pássaro engaiolável. Mas Deus é Vento (é isso que quer dizer a palavra Espírito), não pode ser engaiolado como passarinho.
" Tudo aquilo para que temos palavras é porque já passamos adiante", diz Nietzsche.
Em outras palavras: não adianta. Quando a gaiola se fecha, é porque o sagrado já voou para outro lugar, Deus está sempre além das palavras, no lugar onde as palavras não chegam, onde só existe o silêncio.
"A palavra, diz Adélia, "é disfarce de coisa mais grave, surda-muda, foi inventada para ser calada".
As gaiolas de pegar Deus tem muitos nomes: rezas,..., novenas, oracões, mantras, promessas,templos, Bíblia, Corão.
Mas só os cegos não percebem que elas estão sempre vazias".

Acho que não é preciso dizer mais nada, não é mesmo?

Estou me embriagando com estas palavras. E o melhor, não tem ressaca no outro dia.

Recomendo à vocês esta bebedeira.

sábado, 16 de junho de 2007

...

Estava lendo o jornal hoje e fiquei horrorizada diante da pouca vergonha que está instalada neste país.
A ministra que manda os pobres infelizes que passam horas no aeroporto relaxar e gozar( Um absurdo dos absurdos!!!) ; um presidente da República que devia tomar vergonha na cara e se mandar para as cucúias, um presidente do senado corrupto, mentiroso, e sem querer dar lição de moral, adúltero.
Ufa! é de amargar esas situação.
Isso sem falar na bandidagem, cada vez mais audaz.
O que me deixa feliz são as comemorações dos 80 anos do Suassuna, porque só assim essa figura fantástica está na mídia, nos deliciando com sua intrépida palavra.

E por falar em intrépida palavra, estarei terça feira na Colégio Estadual Milton Campos em Nova Iguaçu, em um festival de poesia. Também estrá lá o maravilhoso poeta João Prado. Se puderem pintar lá. Será as 19 horas.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

feriadão...

Feriado passado nas Minas Gerais, em Ouro Preto.
Fiquei impressionado com o astral da cidade e principalmente com suas ladeiras. Pirambeiras gerais!
Não bebi cachaça, mas me embriaguei a cada momento do dia.
9 graus na cabeça e muito trem azul.
Foi maravilhoso visitar a mina de Chico Rei, rei preto, herói, solidário.
Fiquei impressionada com tudo o que vi naquele lugar insalubre e meu peito clamava enquanto batia" Liberdade! liberdade!
Reverências, todas elas, às almas mortas naquele lugar.
Igrejas mil, quase nenhuma para rezar, apenas para visitação pública. Mesmo assim visitamos a principal para mim, que foi a igreja de Santa Ifigênia, irmandade criada para adoração dos escravos. Na igreja tem dois altares com simbolos de religião de matriz africana, não tem ouro e nem a ostentação teatral barroca. Bonita na sua simplicidade.
Depois, Maria Fumaça, Mariana. Um lugar pequeno e encantador,
Fiquei apaixonada por tudo. A comida então nem se fala.
Mas o astral, esse mesmo é que é inesquecível....

AH ! um fato pitoresco.
Quando chegamos na cidade, pedíamos informações sobre o hotel onde iríamos ficar, quando descobrimos que a Tocha do Pan estava seguindo para ali. Quando piscamos os olhos, lá estava um atleta do povo, segurando a tal tocha.

Uma baita festa na city, com direito a show na Praça Tiradentes.

Mas o que vale a pena não esquecer: Os estandartes de Corpus Chisti presos nas janelas das Repúblicas de estudantes.
Maravilhoso!
Enfim,...
Feriadão...

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Estou meio paranóica de ficar sem computador e "zen" internet.
Esses dias fiquei louca. Pois era fim de prazo para entrega de material para uns concursos que participei. Dias terríveis, agravados pelo frio intenso que tem feito no Rio de Janeiro.
Semana passada fiz ums incursões pelo teatro e fui ver as peças Andanças, que fala do Vida e Obra de Bispo do Rosário, com o ator Alex Mello. A peça é maravilhosa e vale a pena conferir.
Fui também no sábado , ver Maria Fernanda e Petrônio Gontijo, no badalado "Pequenos Crimes Conjugais."A meu ver, médio. Pra menos.
O Dez vai para o Petrônio, que além de lindo é talentoso.
E finalmente " A criação do Mundo segundo a Tradição Nagô" da Cia de Artista Jovnes Griots de S. J. de Meriti. Muito bom!!!!!!!
Lá conheci a escritora negra, mestre em Literatura Conceição Evaristo que lançou seu livro Becos da Memória.
Enfim, muitas coisas, mas uma neurose sem fim...... sem fim mesmo......

estou de dieta,e sofrendo porque comi empadinhas do Antonio na Lapa. Duas vezes. Só essa semana.

Triste vida.