segunda-feira, 20 de abril de 2009
evocação
Acabei de ler como prometido o livro Evocação da Aleida March.
É um livro denso cheio de relatos minuciosos da revolução e repletos de memórias da mulher apaixonada, que luta para estar ao lado do seu homem.
Um homem disciplinado, estudioso,cheio de esperança para um mundo novo.
Leitura recomendada para muitos deputados brasileiros, principalmente nessa época que estamos vivendo, de farra das passagenes áreas com dinheiro público. Eles deveriam ler e tomar vergonha na cara diante daquilo que podemos chamar verdadeiramente de ética.
Voltando à Evocação.
Fui uma militante de esquerda disciplinada e socialista na medida do possível, se é que isso possa dizer alguma coisa. Sonhei muitos sonhos de libertação latina, fiz muita greve e passeatas, lutei muitas lutas sociais e políticas e obviamente fiz muitas leituras sobre o Che e textos de sua própria autoria.
O Diário da Bolivia, alguns discursos internacionalistas, muita biografia, inclusive uma maravilhosa que comprei em um sebo da Tiradentes e que data de apenas dois anos depois da sua morte, com detalhes preciosos, mas que infelizmente se perdeu, em uma das minha inúmeras mudanças.
Devo dizer que o comandante exerceu sobre mim uma forte influência,uma verdadeira ode à liberdade...Pode parecer coisa antiga,sectária , sei lá.
Mas eram outros tempos, bem sei.
Mas também devo dizer que durante todos essses anos, não pude vê-lo com outros olhos que não fosse o de combatente incessante, de militante incasável na luta pela justiça social.
Assim também o via Aleiducha.Antes do amado, o homem que abriu mão de tudo pelos outros.
Mas não que ela não questionasse sobre isso. Antes pelo contrário.Seu relato emociona justamente por ela ter lutado contra ele, para estar com ele. Foi o relato de uma mulher, que revolucionária e combatente também queria o seu direito de amar e de estar ao lado do amado.
Não é uma história de contos de fadas, pois no fim o mocinho morre de maneira abominável. Mas é uma bela história da vida real.
Repleta de momentos felizes, e de dia a dia. Nem por isso melhor ou pior que nenhuma outra história de qualquer pessoa.
Como boa chorona que sou, chorei no final, no relato precioso do resgate dos ossários dos revolucionários da Bolivia trinta anos depois e da chegada definitiva em Cuba, como heróis.
Muito mais do que uma despedida, boas vindas.
Porém, o Che que a crítica coloca como nunca antes conhecido, eu não vi.
Eu já conhecia este Che dentro do meu coração militante.
Não o mito instigante, o sagrado patrimonio das Américas.
Mas o Che que impulsiona jovens há mais de quarenta anos a lutar pela liberdade, é o Che que nos pede ternura, é o Che que nos chama a buscar a disciplina teórica.
É o Che eternamente jovem de Korda.
El Che é movido pela paixão.
E lendo Evocação de sua "Única", parece nos conclamar a rever nossas intenções, nossos paradigmas, nossos desafios e acreditar mais do que nunca neles.
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