quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
capitu
Ontem estreiou Capitu.
Ainda estou em transe com algumas cenas;Lindas cenas.
Particularmente gostei muito. O exagero da cinestesia de Michel Melamed me agradou bastante, dando a D. Casmurro, ares nunca dantes sonhados por mim.
Circence, mabembe, meio teatro de bonecos.
Quando li e sempre que leio nunca imaginei o Bentinho assim.
Mas a arte, ah! arte faz com que tudo seja possivel
Mas vamos, não há mais porque discutir ou não a traição de Capitu.
Sim. Capitu traiu Bentinho. Senão ela não seria Capitu.
A traição velada não disfarça os traços bem definidos de Escobar no menino Ezequiel.
Tanto que depois de sua morte há o alivio. O alivio que todo traído sente ao ver a prova da traição fenecer.
O silêncio de Capitu, sua morte sozinha é a revelação da sua culpa.
Forte como era, lutaria com unhas e dentes para superar junto com Bentinho a dúvida. Ela o fez. Mas não o suficiente.
Seu coração era de Escobar.
Machado deixa em aberto a traição, porque seria um escândalo falar em adultério naquela época.
Exatamente porque há traição, há a narrativa.
Ese é o meu ponto de vista.
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