terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Frida Kahlo


Hoje estava me lembrando da minha visita ao México, reli meu diario de viagem e me deu uma saudade danada de tudo que vi lá.
Realmente viajar é um grande investimento cultural,intelectual, dá uma vivência que ninguém te tira.
Em Texoatlán descobri a vida simples do povo mexicano, conheci uma vila zapatista, crianças que recitavam odes ao nacionalismo mexicano, comemos numa aldeia centenária e fizemos tortilla com as índias na praça.
Comi tanta, mas tanta tortilla que comecei a ter delirios de arroz, feijão, bife e batata frita.
Tomei mescal e ouvi muita, muita, muita, muita muita música mexicana, até enjoar.
Fui até Mitla, cidade ancestre. Passei mal ao entrar na tumba dos reis mortos.É muita energia acumulada. Não deu pra mim.
Trouxe tanto badulaque, mas tanto badulaque, que não tinha onde colocar. O México é o paraíso das bugigangas.
No oitavo dia, minha amiga mexicana Tereza Irazaba, falou que tinha uma amiga brasileira, e se eu gostaria de falar com ela. Ao ouvir sua voz em português, desatei a chorar no saguão do hotel.

Em Oaxaca, fomos fazer um recital na Casa Amarilla e descobrimos que estava sendo realizada uma exposição das cartas de Frida Kahlo à seu médico.
Eu e Veronica de Nadie, uma poeta ecuatoriana maravilhosa, ficamos tão emocionadas, que choramos diante de tanta beleza e de tanta dor acumulada.
Essa viagem me marcou por diversas coisas: foi minha primeira viagem internacional e aonde participei de meus primeiros saraus de poesia.
Foi lá também que me apaixonei por Frida. Nunca me identifiquei tanto com uma artista como me identifico com Frida. Sua dor que não conheço, é tão minha que me assusta.
Parada obrigatória, fui visitar seu museu na cidade do México, e fiquei fortemente impressionada com a pintura dessa moça triste.
No Palacio das Bellas Artes onde fizemos nosso recital final, esperei que alguém do Consulado Brasileiro viesse e enquanto esperava babei junto aos inúmeros painéis de Diego Rivera.Cada um mais grandioso do que o outro.
Uma coisa que me incomodou muito naqueles dias e que me fez refletir muito foi o forte nacionalismo mexicano. pensei muito sobre o nosso sentimento de brasilidade, e fiquei revoltada com o que esses políticos fazem com nosso país...

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