Maggie Taylor

Como um autômato ela vai  vivendo esses dias.
rascunhando projetos que nem  sabe um dia vão nascer.
Um silencio sepulcral vai dividindo espaço com as pequenas alegrias do dia a dia.
As buganvilias vão resistindo. O jasmim também.
São tantos os livros da cabeceira que ela não sabe qual deles começa a ler primeiro.
Talvez nenhum.
Talvez nenhuma palavra nesse momento possa decifrar os mistérios que zanzam por sua alma.
Tudo tão cheio de incompletude, que cansa.
Tudo  é tão cheio de principios e arrotos de maniqueismos que ela precipita pela janela ao encontro do vão.
Hoje ela ouviu no noticiário que uma atriz morreu.Talvez tenha sido overdose de vida.
desejo da morte.
Isso quando bate, não tem volta.
Por isso ela entende os suicidas.

A vida é tão cheia de uivos e suspiros, é tão intensa, que fechar os olhos para sempre, para algumas pessoas, é a unica porta de saída.

Descontando o acaso do dia, ela  não resistiu ao impulso e fumou o primeiro cigarro do dia.

Lentamente se deixou levar, e quando viu, estava sentanda  no banco da praça, vendo  as muitas babás pretas com seus patrozinhos brancos.


Uma folha da àrvore caiu bem perto do seu pé.
Ela pode ver os detalhes perfeitos das nervuras, quase um desenho.
No seu intimo, sorriu.
quase feliz.

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