Inicio a semana de bode.
Uma tremenda crise alérgica está acabando com meus nervos.
ODEIO sentir falta de ar, o peso da quase morte que me faz só querer ficar deitada, mas nada do merecido descanso.
É terrível!
E para completar o bode, fiquei lembrando o que aconteceu durante a semana.
As 1.300 rosas em Copacabana, 10 anos da "brincadeira" que assasinou o pataxó Galdino, mais um dia do índio com as inúmeras promessas governamentais, e para iniciar a semana, mais um dia internacional da terra.
Mas no meio desse meu cansaço e falta de ar, ainda encontro um tempinho para vir postar.
Mas não postarei minha indignação, pois estou tão indignada, mas tão indignada, que temo ficar com vergonha dos valores que meus pais me ensinaram.
Falta vergonha neste país. Mas eu tenho muita, mas quando leio notícias como essas, minha indignação se eleva num nível altíssimo, que temo, um dias desses, possa me matar:

"Nomeado com louvor"
Este foi o título da reportagem do Correio Braziliense do dia 22/12/01 a respeito da seguinte situação:
O filho do presidente do TJDF, Bruno, aquele "marginalzinho" que pôs fogo no índio pataxó) fez concurso público para o cargo de segurança (12 vagas disponíveis; salário de R$1300,00; nível exigido 2o grau) e ficou em 65o. lugar.
Depois do resultado do concurso, o número de vagas aumentou para 70!!!(Mister M)
Após 12 dias no cargo ele foi promovido a dentista do TJDF, para ganhar R$ 6600,00 (seis mil e seiscentos reais).
O presidente do TJDF (Edmundo Minervino) ainda teve a cara-de-pau de afirmar na entrevista: "Não houve ato ilegal nenhum".( Fonte:http://www.quatrocantos.com/lendas/67_nepotismo.htm)

Você tem que ser forte rapaz!

Aí , vem o Grupo Rio de Paz, fazendo uma manifestação pacífica contra a violência, colocando 1.300 rosas na paraia de Copacabana, lembrando os 1.300 mortos no Rio desde o inicio do ano. Este gesto chocou algumas pessoas. Mas, vocês sabiam que nos últimos três anos, 19.381 pessoas foram assassinadas no Estado, a maioria na área metropolitana da capital? É mais que seis vezes o número de mortes de norte-americanos no Iraque desde 2003.

Eu não fiquei chocada.
Eu fico chocada cada vez que penso nos olhos da mãe do João Hélio.
Esse olhar é o luto dessas 1.300 familias, e se pararmos pra pensar, o nosso também.
Porque no dia que o João Hélio morreu, eu chorei como se tivesse sido a minha criança. E depois descobri que milhares de pais e mães tinham tido a mesma reação. Foi um choro dolorido, sentido.
Estamos todos marcados pelo medo. Um medo terrível de viver e de morrer.

E então, hoje, o dia da Terra.

Não, não vou terminar esse post de maneira triste.

Sou poeta, e teimo em resistir.

Hoje, vamos abraçar uma árvore, dar carinho e comida a um animalzinho de rua, vamos começar a coleta seletiva no nosso bairro, vamos mandar energia para os povos das florestas, para os bichos das florestas, para as florestas, vamos prometer que a partir de hoje, vamos economizar água, vamos ensinar nossas crianças a não desperdiçar comida e ler um poema.

Esperança. É disso que a terra precisa.

"Terra, Terra,
Por mais distante
O errante navegante
Quem jamais te esqueceria?
Eu estou apaixonado
Por uma menina terra
Signo do elemento terra
Do mar se diz terra à vista
Terra para o pé firmeza
Terra para a mão carícia
Outros astros lhe são guia" ( Terra- Caetano Veloso)

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