Dia da Consciência Negra.

Salve Salve!

Dia 20 de novembro.A maior data comemorativa do povo negro: A celebração do dia da Consciência Negra.
Muitas pessoas sempre me perguntam: Porque tem dia de negro e não tem dia de Branco?
Não sei o que vocês acreditam, mas a meu ver, acho essa pergunta extremamente preconceituosa.
Quando é um leigo que pergunta, até entendo a falta de compreensão histórica da questão. Mas quando a pergunta parte de um educador, temos aí uma grave questão emblemática a resolver.
Cabe a nós educadores, formadores por excelência, questionarmos este assunto a fundo, e não de maneira superficial e aleatória.Cabe a nós, educadores, refletirmos sobre o contexto de maneira cientifica e ordenada.
Quem está ligado nas coisas, está informado sobre estatísticas que estão aí, e que não deixam mentir:O aproveitamento do aluno branco, tanto rico quanto pobre, é maior do que do aluno negro, que o maior número de jovens mortos são de negros, que as mulheres negras ganham menos que as mulheres brancas, que o acesso de pessoas negras em universidades públicas e /ou particulares é menor do que de pessoas brancas e por aí vai.
E porque isso acontece?Um leigo pode responder dizendo que o negro não quer nada, que os negros são menos inteligentes, que lugar de mulher negra é na cozinha e etc, erc, etc.
Mas nós educadores, temos que ir além do senso comum. Necessitamos nos posicionar diante do que está posto.
Não podemos negociar com o conflito.O silencio não pode ser tornar um ritual pedagógico na questão de racismo e preconceito! Não podemos negociar com a falta de informação, com o nosso despreparo para lidar com as questões raciais.
Para lidar com o racismo e o preconceito é preciso olhar para dentro de nós mesmos e equacionar estas questões.
Não . Essa tarefa não é nada simples.Mas quem foi que disse que tem que ser fácil?
Por isso acredito na legitimidade da implementação da lei federal 10.639/03; não somente para nós educadores e educadoras, mas para a sociedade como um todo.
Parodiando Luis Inácio Lula da Silva, nunca na história deste país, discutimos racismo, preconceito e discriminação de maneira tão aberta, direta e democrática.
Aproveito também para fazer minhas as palavras do inigualável mestre e Educador Amauri Mendes em sua vinda em Japeri: Não existe problema do negro, e sim, um problema da sociedade brasileira. E mais ainda, no Brasil temos que pensar no problema racial e não no problema do negro.O negro não tem problema nenhum.
Concordo também com o professor quando ele diz que pra estudar a história do negro é preciso estudara história do Brasil só que de forma não racializada. pois a gênese da desigualdade racial começa com a gênese da desigualdade social.
Mas o dia 20 de novembro é dia de quizomba!
O dia 20 de novembro não é dia de banzo, nem de tristeza!É um dia para celebrar! Um dia pra lançar um olhar diferente sobre África e a sua diáspora, lançar um olhar fraterno sobre nossa afrodescendência; dia de celebrar as matrizes africanas em nossa cultura, em nossa língua, em nossa filosofia, em nossa música, em nossos corpos e cabelos, em nossa tecnologia, em nossa vida!
É também dia de celebrar ZUMBI.
Se podemos entender a trajetória de Napoleão Bonaparte como um herói da resistência francesa, porque não entendermos a trajetória de Zumbi como herói da resistência negra brasileira?
Temos que nos orgulhar de quem somos, de onde viemos, para sermos melhores.
E viva Zumbi! Manuel Congo, Dandara, Machado de Assis, Lima Barreto, Donga, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Cartola, Zezé Motta, Grande Otelo, Rute de Souza, Antonio Pitanga, Benedita da Silva, Abdias do Nascimento, Luiza Mahin, Luis Gama, Amauri Mendes, Azoilda Trindade e tantos negros e negras que construíram e constroem no dia a dia a história desse país.
Celebrar o dia 20 de novembro não é um privilégio apenas do povo negro, mas sim, de todas as pessoas; independente de cor, credo, opções políticas, que lutam contra as desigualdades sociais e raciais neste país.
Um Axé a todos e todas.

Venha celebrar conosco na II Semana da Consciência Negra do Municipio de Japeri.
Dos dias 21 à 23/11 no Auditório da E.M. Ary Schiavo.

Comentários

  1. Todos nós somos afrodescendentes, por que não celebrar esse momento com os negros? Celebrar a nossa história é sempre muito bom!
    Abraços,

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