Eu ando percebendo que a tragédia do Haiti está saindo aos poucos da ênfase jornalistica.
Num mundo tecnológico em constante combustão, era certo isso acontecer.
Não sei porque ainda o meu espanto.
O governo do Haiti pediu 10 anos de ajuda para poder se reerguer.
10 anos pra tomar conta da sua história, protagonizar suas mudanças e seguir adiante.
Me preocupo.
Nestes dias, minha vontade é pegar um avião, juntar uma equipe de arte-educadores, educadores ambietais, etno educadores, ecopedagogos e zarpar para o Haiti, para tentar levar um pouco de nossos saberes, de nossos conhecimentos, de nossas vivências e experiências para eles.
Na verdade levar um outro tipo de alento tanto para professores e alunos como para todo mundo no geral.
É tanto dinheiro, é tanta doação, só a grana dos atores de hollywood juntos , é uma imensa fortuna. A maioria das doações vão para entidades médicas.Mas não vi nenhum projeto de educação.
A Educação é um Direito Humano.
Talvez um dos mais importantes de todos.
Sou militante de direitos humanos, não dessas de carteirinha, filiada em qualquer sindicato. Sou militante gerada no ventre de mãe caridosa e humana.
Me orgulho disso. Sempre fui e sempre serei uma pessoa que acredita na pessoa humana e na nossa capacidade de sermos humanos.
Sou educadora, acredito que a função humanizadora da educação é potencial transformador de mudança de pensamento, de mudança de mundo, de mudança de comportamento, de tomada de posição diante da vida.
Educação é um fim em si mesmo.
Temo que as crianças haitianas não sejam comtempladas com programas educacionais que busquem resgatar as suas cidadanias dentro das suas vivências.
Dados de realidade tão trágicos quanto elas vivem, não podem ser relegados do processo, deixados de lado, antes pelo contrário, tem que ser colocados como dado dado e serem resgnificados.
Redimensionar o olhar. Buscar dar um novo sentido ao que está posto de maneira tão contundente.
Quem me dera poder pegar um avião e partir.
Igual formiga começar um trabalho. Conversar com os professores. Juntar a criançada. Contar histórias. Ouvir histórias. Reescrever histórias.
Sou apaixonada pelas infinitas possibilidades da educação, pela delicadeza da dialética da aprendizagem, pela oportunidade de poder educar meninos e meninas e dentro das suas próprias histórias e vivências resgatar a humanidade da vida e da pessoa humana.
Salve o Haiti!
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