sexta-feira, 4 de abril de 2008
Entre Tranqueiras e Metáforas
Entre outras palavras, tantas palavras...
O dito pelo não dito. O nunca antes escrivinhado.
E no meio da sala, a cabaça com uma vela dentro, servindo de abajur.
Eu não tenho compromisso com juízo, sou tão anormal que me dá enjôo.
A normalidade pra mim são as panelas em cima do fogão e cada macaco pulando no seu galho.
Tenho piedade. Tenho compaixão. Tenho medo da dor.
Da minha dor , da dor dos outros, da dor de ontem.
Sempre procuro não estar.
Estar é comover-se num estágio anterior.
O estágio de formiga, quando se é criança e se lambuzar no açúcar é saudável quanto um pote de caldo de cana gelado.
E volto sempre ao mesmo ponto de onde nunca deveria ter saído.
O ponto morto.
Não sou Rubens Alves.
Mas queria ter suas retinas.
Quem sabe não visse o mundo com olhos de pescador?
E sendo um fardo, filha do meio,
Não tenho forças paro o descabelo. Faço arte.
É mais fácil.
E quando não fui no enterro da minha tia,
Sonhei com ela fazendo carinha de doriana numa quinta a tarde na cozinha da casa de Cascadaura.
Sinto muito não ter podido ir.
Seu retrato ta guardado dentro da agenda.
Mas juro, não esqueci.
Prefiro mil vezes não sonhar do que ter de bicho de estimação um elefante cor de rosa.
Um sabiá na janela é meu desejo de consumo.
Ou quem sabe uma passagem só de ida para Pasárgada?
E pra quem quiser saber de mim,
Vou vivendo.
Entre tranqueiras e metáforas...
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