domingo, 10 de maio de 2015
mães que erram
Hoje pelo calendário capitalista/consumista, é o dia das mães.
Consagrado no mundo inteiro, acabou virando mesmo o dia das mães, e não tem jeito.
Assim. Talvez retrucasse Buda, aos seus discípulos.
Mas tudo bem, mãe é mãe, diz a crença. Mas isso não será uma crença limitante? Mãe é mãe.
Então mãe pode tudo?
Mãe pode fazer o que quiser? falar o que quiser?
Limitar?impedir de crescer? engaiolar?
Não não pode.
Mãe é ventre, é aquela que gera, que alimenta, que vê crescer, a que ensina as palavras, e a que deixa ir.
Sim, deixa ir. Deixa tomar decisões. Deixa viver. Porque mãe por incrível que pareça, é natureza.
É a mais pura expressão da natureza ilimitada.
As fêmeas animais da natureza cuidam dos seus filhos até eles saberem se virar sozinhos.
E nós, mães da natureza animosocial, queremos ter nossos filhos sobre as nossas asas, ad infinitum. Queremos nos meter em tudo. Se deixar, até escolher o marido ou a mulher de nossos filhos, a partir de nossos próprios padrões.
Aliás padrão de mãe é coisa séria.
Dia desses estava conversando com meu filho de 17 anos e ele me perguntou sobre um determinado assunto e eu respondi que o que ele me perguntava fazia parte das decisões dele. E ele me falou - Mas você é minha mãe, e o seu julgamento conta para mim.
Aquilo pesou em mim. O meu julgamento, foi, essas as palavras dele, era importante.
Eu imediatamente lembrei-me de todos esses meses em que venho tentando me livrar dos julgamentos que foram enraizados em mim, pelos meus pais, pela escola, pela mídia amigos, enfim, pela mente coletiva.
Eu que venho aprendendo a não acreditar em tudo o que me dizem...Eu que estou aprendendo a questionar tudo, inclusive a mim mesma me vi assim, diante de um dilema maternal.
Ou eu estou realmente vivendo as minhas mudanças ou não.
Era a hora.
Então, com carinho, me tirei fora da decisão do meu filho. Não quero julgar as decisões dele e muito menos interferir em suas escolhas. - Siga seu coração. Se ouça, e depois a gente volta a conversar.
Apenas segui a minha lei que é: Se ouça e observe.
Não tive medo de errar.
Pois é , as mães erram, eu juro!!!
As mães que erram e tem consciência disso, são as que eu mais gosto. Porque são aquelas que mais compreendem.
Exatamente por terem a consciência que apesar de mães, são pessoas limitantes, são natureza em forma e conteúdo, não se preocupam com a fôrma, e mais, sabem que não são deusas, mas se entendem como semideusas complicadas e perfeitinhas.
Um tanto humanas nas lidas diárias, nos cuidados com os filhos, na organização da casa, na movimentação do trabalho, nos medos, nas inseguranças, e um tanto deusa, nas possibilidades de gestar, de amamentar, de intuir, de vibrar, de amar um outro ser tão infinitamente e saber que ele é somente uma parte de um todo infinito em que ambos fazem parte.
Divinas deusas humanas? ou humanas deusas divinas?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário aqui