sábado, 31 de maio de 2008
dia mundial sem tabaco
Tia Ely era uma fumante inveterada.Ela e meu pai.
Ambos fumavam Continental, um cigarro forte de filtro amarelo concorrente direto do Hollwoody.
Meu pai tinha um bar nessa epoca e eu adorava quando o carro da Souza Cruz descarreva pacotes e mais pacotes de cigarros. Mas devo confessar que nunca tive curiosidade de fumar.
Até que tia Ely começou a me pedir que acendesse seu cigarro enquanto ela terminava uma costura e outra.
Foi assim que comecei a fumar em casa,acendendo o cigarro da tia.
Quando aprendi a tragar, foi minha desgraça. Passei a ser dependente, e minha história muda de rumo.
A prateleira do bar do meu pai, passou a ser alvo constantes das minhas investidas.
Passei a filar varejos, até que já dependente, passei a roubar cartelas inteiras de cigarros.
Posso dizer que também fui influenciada pelos comerciais de tv que passavam na época. Eu fumava Luis XV, porque ele tinha um apelo comercial lindo.
Depois entrei na febre dos mentol.
Fumei Carlton, Charm,até que finalmente parei no Hollywody.A propaganda era o meu farol.
Tinha 14 anos quando aprendi a fumar em casa.
Fumava escondido, e acho que ninguém desconfiava porque meu pai como fumante, fumava em casa e impregnava tudo com o cheiro da fumaça.
Minha mãe descobriu que eu era fumante quando completei 18 anos.Viajamos juntas, e eu fiquei desesperada diante da situação, acabei não aguentando, e na rodoviária mesmo, saquei meu Plaza e pitei.
Tomei um pito,mas já trabalhava desde os 15 anos, e bancava meu vício, então minha mãe aceitou.Meu pai também sabia, colocávamos nossas cartelas de cigarros juntas e filávamos um do outro, quando nossos respectivos maços esvaziavam.
Porém meu pai nunca me viu com um cigarro na boca. Não tive coragem de fumar na frente dele.
Fui me tornando uma fumante inveterada, sempre marcada pela culpa, pelo pigarro, pela magreza excessiva, pela falta de viço, pela tosse, pela falta de ar....
Cansei de fazer promessas se simpatias para parar de fumar.
Quando meu cigarro acabava de madrugada, procurava bares abertos, se não tinha, ficava sentada no portão da minha casa, esperando para ver se passava um fumante pra filar um cigarrinho.
Dependência neurótica.
Já transei fumando, tomei banho fumando, enfim, não largava o cigarro por nada deste mundo.
Nem a morte do meu pai quando eu completei 20 anos, por enfarte, me fez parar.Tenho certeza absoluta que ele não resistiu ao ataque por causa do desgate físico causado pelo cigarro.
Mas nem essa perda irreparável, me fez largar meu vicio.
Até que um belo dia eu fiquei grávida e, eu uma inveterada fumante, num ato de amor profundo, deixei de fumar.
Nesses 14 anos tive algumas recaídas. Durante tempos de maior angustia e aflição, busquei no cigarro soluções para meus problemas.
Mas o cigarro já não tinha o mesmo efeito ditador sobre mim.
E foi tão bom me libertar desse vicio definitavamente, pois tinha uma relação muito doentia com o cigarro, e isso me fazia muito mal.
Me sinto limpa, leve, solta.
Sei que é dificil largar o vício.Mas a vida sem fumar é muito melhor, digo isso de cadeira.
Quem quiser tentar, que se habilite...
Esta blogagem faz parte da blogagem coletiva proposto pelo site http:www.apenas-nana.blogspot.com/
sexta-feira, 30 de maio de 2008
o beijo de maria paula e ferraço
Que foi aquilo ontem?
que beijo foi aquele da Maria Paula e do Ferraço?
Um beijo cenicamente feio, sem química, sem calor,sem paixão...
Até D. Nelly, minha mãe, que não é de reparar, reparou.
Me ligou depois da cena indignada: _Que beijo foi esse? As crianças viram?
Tudo bem. Todo mundo sabe que um beijo molhado é gostoso. Mas vamos e venhamos né?
O Dalton Vigh, com sua bocarra enorme parecia que ia engolir a pobrezinha da Marjorie Estiano.
A bichinha ficou toda babada.
Diante do estardalhaço da mídia para esta cena durante a semana, eu esperava algo mais caprichado, uma cena mais bem cuidada, romântica, especial...
Mas enfim....
A opção é o controle remoto.
se não dançar no poste, dança...
Hoje sai pra pagar as contas.
E quando dei por mim, procurava desesperadamenteb umas dessas lojas ou bancos, sei lá, que emprestam dinheiro.
Porque no Itaú e no Bradesco, já tirei tudo que podia.
Que loucura é essa? Tô arrancando os cabelos da....
Com o salário que ganho da prefeitura,descontando tuuuudo,porque estou de licença, não dá pra pagar as minhas contas, muito menos pra comprar um pastel com caldo de cana de almoço.
Gente, peciso fazer um bico.
Me contactem, me convidem para fazer alguma coisa.
Dou palestra, oficina, conto historia, dou aula em universidade...
qualquer coisa...(êpa, êpa, êpa...)
Só não danço no poste.
Poste, só na intimidade.
Justamente.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Células tronco
O Supremo aprovou a pesquisa de células tronco embrionárias.
Ainda bem que a tacanhez desse pessoal não interferiu nos destinos da ciência e de tantas pessoas que irão se beneficiar com essas pesquisas...
O país já perdeu três anos de estudos, tá na hora de correr atrás...
Ainda bem que a tacanhez desse pessoal não interferiu nos destinos da ciência e de tantas pessoas que irão se beneficiar com essas pesquisas...
O país já perdeu três anos de estudos, tá na hora de correr atrás...
igualzinho a britney
A garrafa de vinho na geladeira está me tentando....
Mas não posso beber nem uma gotinha sequer.
Um golinho, e tenho medo de enlouquecer. Igualzinho a Britney.
E sem paparazzos para fazer a cobertura...
Não que eu tenha nada contra a Britney. Acho ela boazinha.
Fiquei imensamente preocupada, quando ela andava com aquela peruca cor de rosa.
Apesar de sua atual cara estranha, dei graças a deus pela sua recuperação.
Os sintomas da depressão, são terríveis e não podemos desejar isso para ninguém,seria imoral demais.
A depressão é um assunto sério para ser usado em vão.
A garrafa de vinho continuará na geladeira.
E eu, coitada de mim, que passei o verão todo sem tomar um chopinho, terei que amargar o inverno, sem o merlot.
Quanto a Britney, fico feliz por ela. Só não gosto da sua música.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
sobre homens e histórias
Faltam aos homens a dignidade de repassar a experiência e a vontade de passá-las adiante.
Em África, a tradição oral é a perpetuação da vida. Mas do que moral e bons costumes, contar experiências, faz parte do crescimento do individuo.
Aos homens falta o prazer de sentar-se com suas crianças e contar-lhes histórias...
Contos de fadas, bicho papão, tutu marambaia, a primeira pesca, a opinião do pai, o que o avó fazia quando via uma lagartixa, o cheiro da lasanha da avó, o divertimento do cachorro do vizinho...
Memórias nossas, que vão compondo um coletivo de idéias, que vão se intercalando entre o passado o presente e o futuro, como fendas.
Falta aos homens a dignidade do eco, que além de repetir, traça a melodia no seu tom, no seu volume, incorporando a individualidade aos traços do dia a dia.
Falar do passado com nossas crianças é reconstrui-lo e, re-construindo-o a gente vai edificando-o, transformando a fala em fatos por vezes sem começo meio e fim.
Falta ao homem renunciar às individualidades, e resgatar as mensagens internas, que rompam as barreiras, os diques...
Senão ficamos somente com a tecnologia, ficamos apenas com as máquinas que nos filmam em todos os lugares, com os computadores, celulares, pagers, não dando espaço para os segredos, as histórias de familia, os causos dos antepassados, tão importantes na contistuição de nós mesmos.
A tradição oral deve caminhar junto com o novo.
Se alargando, se avolumando, se reconstituindo, se refazendo mas continuando parte.
As histórias devem fazer parte, porque existem para sempre.
Em nós, por nós, fazendo-nos.
Todos somos guardiões da memória.
Todos somos contadores de histórias, porque somos feitos delas.
Das nossas próprias, das histórias dos outros, das histórias do mundo...
terça-feira, 27 de maio de 2008
...
Ontem fui na perícia do trabalho.Continuo de licença até setembro.
E como ando pensativa, andei digerindo este meu tempo e decidi que realmente algumas coisas precisam ser mudadas com urgência.
Meu médico falou que preciso emagrecer 4kg e 800.
Desde que ele falou isso que estou comendo sem parar, freneticamente.
Não lanchava e sequer jantava.Agora tomo café da manhã com bolo, almoço,lancho, janto, ceio, faço todas as refeições possíveis e até as imaginárias.
Angústia pura.
Porque eu não sei.
Já enviei para meu cérebro a seguinte mensagem: "Você não vou morrer se deixar de comer um pouquinho."
E apelo.
"Inclusive, aquelas roupicthas compradas para a viagem de Buenos Aires, me cairão muito melhor".
Espero que ele decifre.
Também decidi que não vou trabalhar todos os dias, porque isso é uma tramóia de mim mesma.Mentira pura.
Me tranco no quarto com meu lap top, e digo para mim mesma e para todos que estou trabalhando.
Esculacho. Mentira deslavada.
Quando morrer assarei no forno do sr.Sat.
Na verdade, eu confesso.
Fico na internet, fazendo nada, nem sequer entro no site da biblioteca nacional para amenizar a culpa. Fico pesquisando se comer limão na comida emagrece, resenhas de filme, receitas da Ana Maria Braga, bisbilhoto o G1 de cabo a rabo, fuxico cursos que nunca vou fazer, viagens que por enquanto nem sonhos são e, admito que adoro ler o bloglog do Marcos Mion.
Então, decidi em assembléia comigo mesmo:
Postagens dos blogs: todos os dia pelas manhãs.
Outros escritos e leituras: Segundas, quartas e sextas.Horário de 8 às 16h.com 1h e meia de almoço.Sem direito à cochilo. (Uau!)
Terças e quintas: Dias livres para vadiar.
Sabados e domingos:Internet free e passeios familiares.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Maringá, Minas.
Descobri Maringá, uma cidadezinha depois de Mauá, localizada em Bocaina de Minas.
Pode não ser grandes novidades para alguns, mas para mim foi.E estou encantada;
apesar dos solavancos da estradinha de chão, que vai lá, também tem seu charme.
Um lugar mágico,repleto de túneis de árvores, piscinas naturais, bambuzais que escondem sacis e outros encantos,uma ponte atravessada e pimba! Estamos no Rio.
Tudo é singelo e delicado e, até os cachorros são encantados.
Amei, descansei e voltei um tanto assim, pensativa.
Pensamentos profundos.
Bons.
Mais fáceis de realizar do que colocar guizos em gatos.
(Aproveito para mandar um abraço a todos os funcionários do Hotel Pousada Repouso Maringá: comidinha caseira,chalé com lareira, tratamento e carinho mineiro, um pedacinho do céu dentro da mata atlântica...Recomendadíssimo....)
Pode não ser grandes novidades para alguns, mas para mim foi.E estou encantada;
apesar dos solavancos da estradinha de chão, que vai lá, também tem seu charme.
Um lugar mágico,repleto de túneis de árvores, piscinas naturais, bambuzais que escondem sacis e outros encantos,uma ponte atravessada e pimba! Estamos no Rio.
Tudo é singelo e delicado e, até os cachorros são encantados.
Amei, descansei e voltei um tanto assim, pensativa.
Pensamentos profundos.
Bons.
Mais fáceis de realizar do que colocar guizos em gatos.
(Aproveito para mandar um abraço a todos os funcionários do Hotel Pousada Repouso Maringá: comidinha caseira,chalé com lareira, tratamento e carinho mineiro, um pedacinho do céu dentro da mata atlântica...Recomendadíssimo....)
sábado, 24 de maio de 2008
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Saindo de fininho.....
Vou meter o pé na estrada e sair por aí...
Não sei se pra Região dos Lagos, pro Vale do Café,pra Região Serrana, pra Costa Verde...
Sei que vou.
Aliás estou indo e levando o meu computador. Se pintar uma internet, eu posto.
Senão fica pra quando eu voltar,no domingo.
Vou sem lenço, sem documento e, sem reserva em pousada.
Mas isso também faz parte da aventura.
Divirtam-se nesse feriado e não se esqueçam: Se dirigir, não BEBA!
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento
Em comemoração ao Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento (21 de maio) e ao Ano Internacional das Línguas (2008), a UNESCO no Brasil lançou uma campanha para promover a diversidade lingüística.
A Onu também fez algumas atividades mundiais no dia 15 de março em comemoração ao dia Mundial da Língua Materna, e como poeta, eu participei de uma delas que aconteceu no Canadá;
Meu poema Nandhe Kendo, que fala um pouco do mundo espiritual dos indios guaranís, foi lido numa convençao por um outro poeta.
Participei de poesia e alma.
A atividade foi organizada pela também escritora e poeta Nela Rio.
A campanha de promoção da Diversidade Linguistica organizada pela UNESCO é maravilhosa e qualquer coisa referente a promoção da diversidade, eu apoio e milito.
Todos falamos o português, herança de nosso passado colonialista, porém, como somos um pais continental, cada região, cada estado, cultiva o bom e maravilhoso regionalismo linguistico, cada um tem seu sotaque, suas expressões idiomáticas, momentos culturais de encarar seu modo de falar.
Isso sem falar das linguas indigenas que mesmo exterminadas ao longo do tempo, representam ainda uma boa parcela na diversidade linguistica brasileira.
É isso, vamos valorizar a nossa língua, porque ela é o que nos compõem.
Quem quiser repassar a campanha no seus blogs, ou me dá um alô que eu repasso o html da animação que o símbolo da campanha, ou entra direto no site da UNESCO-Brasil.
A Onu também fez algumas atividades mundiais no dia 15 de março em comemoração ao dia Mundial da Língua Materna, e como poeta, eu participei de uma delas que aconteceu no Canadá;
Meu poema Nandhe Kendo, que fala um pouco do mundo espiritual dos indios guaranís, foi lido numa convençao por um outro poeta.
Participei de poesia e alma.
A atividade foi organizada pela também escritora e poeta Nela Rio.
A campanha de promoção da Diversidade Linguistica organizada pela UNESCO é maravilhosa e qualquer coisa referente a promoção da diversidade, eu apoio e milito.
Todos falamos o português, herança de nosso passado colonialista, porém, como somos um pais continental, cada região, cada estado, cultiva o bom e maravilhoso regionalismo linguistico, cada um tem seu sotaque, suas expressões idiomáticas, momentos culturais de encarar seu modo de falar.
Isso sem falar das linguas indigenas que mesmo exterminadas ao longo do tempo, representam ainda uma boa parcela na diversidade linguistica brasileira.
É isso, vamos valorizar a nossa língua, porque ela é o que nos compõem.
Quem quiser repassar a campanha no seus blogs, ou me dá um alô que eu repasso o html da animação que o símbolo da campanha, ou entra direto no site da UNESCO-Brasil.
terça-feira, 20 de maio de 2008
domingo, 18 de maio de 2008
Adios Nonino com Astor Piazolla
Estava catando músicas no You tube e, eis que me deparo com Adios Nonino.
Que saudade de Buenos Aires!!!
Essa musica eu ouvi na feira de San Telmo numa apresentação de artistas na rua,e transmite com exatidão a paixão da alma portenha.
Sempre que viajo tanto para o Brasil, quanto para o exterior, por mais que tudo seja lindo e maravilhoso, por mais que culturalmente a cidade e o povo sejam interessantes,ao final de uma semana, quero voltar pra casa, pro Rio.
Mas tenho pedido a deus com devoção: Que eu tenha a oportunidade daqui até o fim da minha vida, visitar uma vez por ano Bueno Aires.
Perdi minha alma nessa cidade. Agora vivo vagando.
Saudades, nostalgia profunda....
Banco de dados
Siga-me.
Estou indo para aquele lado.
Qual lado? O lado da rua sem saída.
O único lugar que você vai encontar forças para lutar pelas coisas que acredita e deseja é dentro de você mesmo.
Divãs não trazem a paz que precisamos, que imploramos.
Mas dou graças mesmo asim.
Sou generosa com a vida.
Porque a vida me é generosa.
E não costumo cuspir no prato que comi.
Ontem deu uma vontade louca de sair correndo.
Nem o pastelzinho de camarão com pespsi light, gelo e limão me segurariam por muito tempo.
Deu vontade de sair sem mala, sem lenço e com passaporte.
Deixar tudo pra trás.
-Mas e a suas responsbilidades? perguntou alguém na mesa.
-É exatamente delas que quero fugir.
Me dêem, um tempo. Estou em recuperação.
Ontem esqueci de tomar meu delicioso remédio contra a depressão.
Quando me dei conta, já havim passado mais de 7 horas de atraso.
Entrei em pânico.
Choros, velas e fitas amarelas.
Foi aí que percebi que ainda não estou boa.
Finjo que estou, para eu mesma acreditar.Para me dar um tempo de normalidade.
Mas lá no fundo, ainda estou me olhando com olhos arregalados.
sábado, 17 de maio de 2008
Marina Silva
Com a saída da senadora Marina Silva do Meio Ambiente, fico profundamente preocupada com os rumos da politica ambiental no Brasil.
Embora possa não parecer, o ministério do Meio Ambiente é importantíssimo e sofre inúmeras pressões internas e internacionais.
Há muitos interesses em jogo: licenças ambientais para grandes empresas, exploração das madereiras, a gestão dos agronegócios, a exploração dos recursos naturais da Amazônia, o programa Amazônia sustentável, o projeto da bancada ruralista, o Floresta Zero que prevê a redução de reservas com vegetação nativa em fazendas na Amazônia.
Este projeto, inclusive, já foi aprovado no senado e agora tramita na Câmara do Deputados.
Caso aprovado, a área de vegetação nativa da Amazônia cairá de 80% para 50%.
Esse projeto é uma pouca vergonha, e o autor dessa barbaridade se chama Flexa Ribeiro.
A Marina era contra e sugeriu inclusive, um veto junto ao presidente caso houvesse aprovação.
Tá na hora de começar a fazer pressão, principalmente porque quase todos os projetos que desfavorecem as questões ambientais não são midiáticos e isso é extremamente problemático e desfavorável.
Então é preciso criar canais de mobilização alternativos para denunciar esses acharques de senadores e deputados que só pensam em seus proprios interesses.
Espero que Minc esteja aberto ao diálogo e pronto para peitar as pressões, as resistências, que com certeza serão muitas.
Quanto á Marina Silva, sai vitoriosa, porque desmontrou ser combativa dentro do que se propôs e sempre demostrou ser uma ambientalista, uma mulher da floresta, ligada profundamente às suas raízes.
Marina sai enfraquecida por ser considerada intransigente, com o minstério desestabilizado porque colecionou desafetos, deixou o ministério sem verbas porque mediu forças com o alto escalão do governo, sem prestigío porque era mal vista pelos governadores ruralistas e todos que queriam de alguma forma sua saída.
Porém a senadora sai com as mãos limpas.
Estamos de olho.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Classificados
Recadinho pra Carol, militante do Greenpeace: Deixa seu email, menina.E o endereço do Blog pra eu te encontrar.Quero participar da blogagem coletiva. Jojocas
Como Chacal
E lá vou eu novamente falar sobre a vida.
Tema recorrente, porém frequente,e não poderia ser de outra maneira.
Ainda mais quando tudo beira a mesmice à tantos.
E mesmo que haja um fôlego de ar ou uma viagem a Bueno Aires, a vida continua ali, te cobrando que apare as arestas.
A rotina caótica de sempre te espera. Entre cacos e feridas abertas.
Buscando entender sentidos,
desatrelando coisas,
sonhando, projetando, sonhando, projetando, mil coisas...
Esperando e-mails, enviando e-mails, revisitando agenda a cada dia sim e dia não para ver se os acordos dos dias doram cumpridos.
Mas no fundo desejo mais que as coisas que são ditas, como mero receptáculos de coisa alguma. No fundo no fundo o que eu queria mesmo era sair por esse mundo de meu deus, contando histórias, viajando, conhecendo gente.
Não nasci pra ser raiz.
Alguma coisa tá faltando nessa minha vida cor de rosa, talvez uma pitada de vermelho escarlete.
Talvez uma travessa de ravioli ao funghi.Sem que a culpa cause má digestão.
Ou um bom porre de vinho chileno.
Preciso, necessito, imploro, exigo, senhor, um porre de merlot...
Mas enfim, a vida continua.
Mas algo aconteceu nesses dias.
Ou melhor, uma coisa me entristeceu nesses dias.
Remexendo nos meus alfarrábios, encontrei uns folhetos da Bienal do Rio do ano passado, e li uma entrevista da Ana Maria Machado dizendo em entrelinhas, educamente como lhe é de hábito, mas com uma ponta de ironia que quem faz blog se masturba.
(Oh que delicia se isso fosse a verdade.
Seríamos quantos mastubardores hein?Blogueiros, cambada de punheteiros!)
Fiquei chateada. Um pouco ofendida. Diariozinhos de mulherzinhas.
Mulherzinhas com depressão.
Menininhas que arrotam e peidam.
Meninos desbocados,
donas de casa sem função,
poetas e poetas fracassados
Uni-vos!
Em rebelião DOS SENTIDOS, PELO DIREITO DE ESCREVER o que quisermos, pela liberdade de expressão, pelo dierito sagrado de sermos quem somos.
É muito fácil falar com desprezo de blogueiros, quando se tem uma cadeira na ABL.
Mas nunca vi nada mais democrático do que um blog. Viva o Blog!
Mas nada para ser levado a sério demais minha gente.
Isso são apenas cotidianos luscos-fuscos, desprazeres futacor.
Ai de mim que sonho em ser escritora.
Mas talvez Ana Maria Machado esteja certa.Talvez realmente publicar em blogs não tenha valor...
Meu blog de poesia, por exemplo, não passa de 1 vistante por dia.( Aliás, gostaria de descobrir quem é essa pessoa, ou seria um avião,um pássaro? meu deus...o super man?)
Vou acabar mimeografando meu próximo livro de poesias e sair vendendo nos bares, como o Chacal fazia na década tripassada.
Quem dera todos tivessem o sentimento translúcido de Chacal...
Enquanto isso,esses alfajores Havana, estão me quedando muy bién
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Rituais
E então a luz venceu a escuridão e ela saiu daquele porão seco que habitava há muitos anos.
Tomou um banho gostoso, raspou as pernas e debaixo dos braços.
Lavou os cabelos e massageou suavemente o couro cabeludo numa mensagem erótica, tresloucada, necessitada...
Queria sentir um toque, mesmo o seu lhe cabia bem,porque seu corpo explodia numa necessidade insana.
Ela toda era impulso. E pulsava...
Adorava esse ritual de preparação.
Adorava sair de dentro de sim mesma, adorava ir se compondo numa melodia completa...
Bem devagar se enxugou e, num átimo de segundo sentiu sua pele como ele a sentiria...
macia, levemente aveludada...
Até a cintura mais redonda não a amendrontou.
Não era mais uma menina, nem atriz, nem modelo e muito menos a Barbie.
Só por hoje resolveu acreditar em todas as entrevistas que já ouviu, em todos os artigos de revistas femininas que já leu, que os homens não se importam com gordurinhas localizadas e nem sabem do que se trata quando o assunto é celulite...
Ela nunca acreditou nessa mentira deslavada, mas hoje precisava dessa mentira mais do que tudo no mundo.
E a teria porque não estava disposta a abrir a porta pro medo, pra insegurança, pro vazio que há muito a habitava, levando-a por labirintos sem saída.
Vestiu-se.
Escolheu a roupa íntima com certo prazer sádico, sim, pequena, preta, indecente, imoral, para poder mostrar pra si mesma e para ele que estava viva e que amava a sedução escondida nos pequenos detalhes.
Sabia ser mundana de si mesmo. E sentia-se bem com isso.
Em troca, só esperava sensibilidade.
Esperava que ele notasse os sinais.
As unhas dos pés pintadas de vermelho, os olhos com cajal preto,os cabelos com cheiro de maçã, o hálito fresco,o anelzindo de prata no dedo médio do pé...
E a boca entreaberta...
Não fingindo murmúrios..
Mas pedindo, implorando, querendo, tudo que ele pode lhe dar...
Desprezando pontos de interrogação... buscando, querendo, dando e tomando....
Ela não sabe se quer ou não apenas uma noite e nada mais.
Mas ela sabe que nasceu para o amor..
Nasceu para abrir as pernas e deixar que a hora em que a pequena morte lhe invada seja santificada...
Sim ela está preparada.
Calça os sapatos. Altos.
E coloca o perfurme em todos os lugares possíveis, menos naqueles que possam macular seu cheiro natural, aquele que fica marcado na pele do outro, na boca do outro, nas mãos, nos cabelos, nos lençóis...
Abre a porta.
O vento frio do corredor quase a faz desistir.
Mas ela não pode mais ceder ao temor.
Sua mente está cheia de pequenas indecências, que precisam ser satisfeitas,sua cabeça não para de pensar que como uma criança, hoje ela vai brincar e se lambuzar à exaustão.
E se de manhã, por aventura do destino, ele ainda for um príncipe, ele beijará seus pés, e de mãos dadas, vão sair pra ver o nascer do sol.
Senão,cai a cortina e a vida, que é sempre bela, continua....
quarta-feira, 14 de maio de 2008
14 de maio de 1888, o dia seguinte.
Hoje fazem 120 anos do dia seguinte à Abolição da Escravatura...
Ontem não havia nada para comemorar, hoje faço questão de refletir.
14 de maio de 1888.
Este conto é para minha tataravô Isidora, que forçosamente fez a travessia de África para trabalhar numa fazenda de café em Vassouras. Á você tata, que iniciou uma linda família com a sua diáspora.
Então ontem foi o dia em que tudo se acabou.
Minhas mãos ainda ardem, meu corpo está marcado pelas chagas que nunca param de sangrar.
Mas ontem tudo terminou.
Ainda hoje há regozijo pelas ruas, o povo brinda a liberdade, as tabernas estão cheias de homens brancos que tomam vinho,,,,
Mas bem ao lado uma pobre mãe negra dorme ao relento com seus três filhos.
Saiu da fazenda que fora escrava durante toda sua vida, achando que a liberdade ia lhe dar um teto e três pratos quentes de comida de uma hora para outra.
Ontem perambulava pelo paço e vi quando sua augusta alteza chegou. De longe, pude ver as damas e os senhores que a aguardavam, todos muito bem vestidos.
Fiquei de longe assistindo as comemorações e depois caminhei até a rua do Ouvidor onde senhoras bem elegantes, faustosas e, cavalheiros garbosos vez e outra davam brados à liberdade.
Queria algo mais que sorrisos e gritos.
Aceitaria de bom grado um pão dormido.
Queria que algum me ajudasse a encontrar os meus filhos, que
estão perdidos.
Não sei para onde foram.
Não sei para onde ir.
Acabadas as danças e capoeira, abaixada a quantidade de cachaça no cérebro, todos ficarão como eu.
Sem ter para onde ir.
Todos os outros, os homens livres e brancos voltarão para suas casas, pois a tem.
E muitos como eu, estarão dormindo nesta praça onde ontem vossa alteza real brindou com satisfação a glória mais pura da abolição.
Pensar no futuro, foi o que nos pregaram os abolicionistas .
Bons senhores. Lutaram por nós contra todos.
Mas e agora?
Em todos os pontos que olho a escravidão persiste.E tenho medo, pois nada foi feito por nós...
Mas, liberdade tem cheiro. Posso senti-la vindo do mar.
Quero voltar para África.
Será que alguém, em nome da augusta liberdade, me mandaria de volta?
Trabalhei tanto forçadamente, vi minhas mulheres mortas e amigos marcados pelo açoite.
Presenciei meus próprios filhos pendurados pelas vísceras.
Fui chamado de animal e tratado como tal.
Mereço minha África, a minha verdadeira liberdade.
Por enquanto vou esperar.
Talvez mais alguns dias, vossa augusta alteza traga novidades.
Quem sabe pedaços de terra boa pra plantar, quem sabe um navio para atravessar kalunga?
Vou esperar mais alguns dias. Sentado na calçada da rua do Ouvidor.
África...pra que lado será que fica?
Dizem que dá pra chegar nadando...kalunga....aquelas correntes eu jamais esquecerei...minha carne jamais esqueçerá....
Inda bem que meus netos não passarão o que passei.
Ainda bem que no futuro, a liberdade, será nosso reconhecimento por tudo que nós, escravos fomos e fizemos por este pais
E meus netos serão considerados quase reis
Como em áfrica....
Hoje faz apenas um dia que nossa liberdade aconteceu.
Mais uns dias e tenho certeza que tudo será diferente e essa multidão de negros que caminha a esmo saberá para onde ir.
Terá um lar e uma terra reservada.
A imperatriz, dizem, é muito boa.Já nos deu a liberdade .
Ela não nos virará as costas.
Nossos corpos estão cansados, mas me recuso a morrer.
Vou adiante.
E amanha a liberdade terá um gosto menos amargo em minha boca.
JORNAIS DA ÉPOCA:
O Carbonário - 16 de maio de 1888
"Está extinta a escravidão no Brasil. Desde ontem, 13 de maio de 1888, entramos para a comunhão dos povos livres. Está apagada a nódoa da nossa pátria. Já não fazemos exceção no mundo.
Por uma série de circunstâncias felizes fizemos em uma semana uma lei que em outros países levaria nos. Fizemos sem demora e sem uma gota de sangue. (...)
Para o grande resultado de ontem concorreram todas as classes da comunhão social, todos os partidos, todos os centros de atividade intelectual, moral, social do país.
A glória mais pura da abolição ficará de certo pertencendo ao movimento abolicionista, cuja história não é este o momento de escrever, mas que libertou províncias sem lei, converteu ambos os partidos à sua idéia, deu homens de Estado a ambos eles e nunca de outra coisa se preocupou senão dos escravos, inundando de luz a consciência nacional.(...)"
"Em todos os pontos do império repercutiu agradavelmente a notícia da promulgação e sanção da lei que extingüiu no Brasil a escravidão. Durante a tarde e a noite de ontem fomos obsequiados com telegramas de congratulações em número avultado e é com prazer que publicamos todas essas felicitações, que exprimem o júbilo nacional pela áurea lei que destruiu os velhos moldes da sociedade brasileira e passou a ser a página mais gloriosa da legislação pátria."
"O júbilo popular explodiu ontem como bem poucas vezes temos presenciado. Nenhum coração saberia conter a onda entusiasmo que o inundava, altaneira, grandiosa, efervescente.
Desde pela manhã, o grande acontecimento, que será sempre o maior da história brasileira, agitava as massas e as ruas centrais da cidade e imediações do senado e paço imperial tinham festivo aspecto, constante e crescente movimento de povo, expansivo, radiante. Era finalmente chegado de atingir-se ao termo da grande conquista, campanha renhida, luta porfiada, sem tréguas, em que a parte honesta da população de todo o império se tinha empenhado desde há dez anos.O decreto da abolição tinha de ser assinado e para isso reuniu-se o senado extraordinariamente. (...) É inútil dizer que no rosto de toda gente transparecia a alegria franca, a boa alegria com que o patriota dá mais um passo para o progresso da sua pátria. Fora como dentro o povo agitava-se irrequieto, em ondas movediças, à espera do momento em que se declarasse que apenas faltava a assinatura da princesa regente para que o escravo tivesse desaparecido do Brasil. (...)
Logo que se publicou a notícia da assinatura do decreto, as bandas de música estacionadas em frente ao palácio executaram o hino nacional, e as manifestações festivas mais se acentuaram prolongando-se até a noite. O entusiamo popular cresceu e avigorou-se rapidamente, e a instâncias do povo Sua Alteza a Princesa Imperial assomou a uma das janelas do palácio, em meio de ruídos e unânime saudação de mais de 10.000 pessoas que enchiam a praça D. Pedro II. (...)"
terça-feira, 13 de maio de 2008
N. S, de Fatima
Ave, ave, ave Maria....
Fátima
Capital Inicial
Composição: Fê Lemos, Renato Russo
Vocês esperam uma intervenção divina
Mas não sabem que o tempo agora está contra vocês
Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
Se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês
E as ameaças de ataque nuclear
Bombas de neutrons não foi Deus quem fez
Alguém, alguém um dia vai se vingar
Vocês são vermes, pensam que são reis
Não quero ser como vocês
Eu não preciso mais
Eu já sei o que eu tenho que saber
E agora tanto faz
Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse um nome e era: Fátima
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou
E no terceiro dia ninguém ressuscitou
Fátima
Capital Inicial
Composição: Fê Lemos, Renato Russo
Vocês esperam uma intervenção divina
Mas não sabem que o tempo agora está contra vocês
Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
Se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês
E as ameaças de ataque nuclear
Bombas de neutrons não foi Deus quem fez
Alguém, alguém um dia vai se vingar
Vocês são vermes, pensam que são reis
Não quero ser como vocês
Eu não preciso mais
Eu já sei o que eu tenho que saber
E agora tanto faz
Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse um nome e era: Fátima
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou
E no terceiro dia ninguém ressuscitou
Me deixem com minha tristeza
Acordo triste todos os dias.
Não tenho pretensão de felicidade a curto prazo.
Todos os dias acordo meus filhos para a escola surpreendentemente no mesmo horário.
Fico triste porque não consigo acordar mais cedo e acabar com a rotina chata de sair catando os uniformes jogados ao léu.
Todos os dias isso me irrita profundamente e, lhes dou uma bronca daquelas.
Mas os meninos precisam aprender a serem cuidadosos para se tornarem homens cuidadosos.
Acabo gritando as 6 horas da manhã, igualzinho uma tiete de estádio de futebol.
Mas sou brasileira e não desisto nunca.Eles vão aprender por bem ou por mal a colocar as coisas no lugar, a toalha no varal, os tenis na sapateira ou eu não me chamo Fafi.
Depois que os meninos saem fico triste porque briguei ccm eles e, passo quinze minutos pensando nas desculpas que vou dar quando eles chegarem em casa.
Depois desisto. Eles bem que mereceram a bronca.
Começo a charfundar na internet cedo. As 8h e 30 paro pra tomar um gole de suco e engolir meu remédio instigante.
Volto de novo para o computer até as 10h.
Em dias programados e saudavéis, produzo, igual loba.
Nos dias de baixo astral, fuxico fofocas, leio todos os jornais disponíveis, fico no orkut ou caçando alguém no msn que assim como eu, não tenha nada mais pra fazer na vida.
Fatalmente me arrependo e fico triste porque perdi um dia inteiro e não fiz nada.
Eu podia estar lendo, escrevendo, pesquisando pro meu novo livro que é sempre novo, e dai? Mas não... fico de pasmaceira, pensando o dia inteiro em como a vida do Brad Pitt se transformou da agua pro vinho de uma hora para outra.
Almoço e fico triste porque podia ter comido mais um pouquinho. E se sinto fome e como demais, fico profundamente triste porque sei que isso vai me engordar.
Fico triste porque a agenda está cheia de atividades chatas que procuro ignorar solenemente .
Minha cabeça não está boa para pensar coisas insignficantes como contas e datas.
Quando chega a noite, desaparto brigas e tento conversar coisas educativas com meus filhos.
Meu subconsciente dá risadas homéricas, mas o id, ou sei lá o que, me pisca que sou mãe, não mais uma bicho grilo.
Ai que tristeza que dá.
Mas tudo bem, feliz é a hora que corro pra debaixo das cobertas.
Poder dormir sem sonhar.
Mas o que mais me deixa triste é quando os olhos cismam de não fechar.
Cismam em ficar abertos olhando o nada, pensando no nada, esperando nada....
Não penso no amanhã.
Como vai ser? Eu não sei.
Mas não custa pensar e querer muito que essa tristeza vá embora.
De mansinho como quem não quer nada.
E me deixe livre.
Com minha tristeza normal, a de sempre.
novamente e novamente.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Greenpeace Baleias
Hoje acordei tarde, porém mais ecológica que nunca, mas disposta que sempre para falar mais uma vez e quantas vezes for preciso: Vamos salvar nosso planeta,gente!
Vamos salvar nossos bichos, nossas plantas, nossa árvores, nossos rios e mares, vamos economizar AGUA e ENERGIA.Vamos nos comprometer com nossa vida coletiva!
É muito fácil..., vamos lá...
Esse vídeo é tudo!
E não embrulha o estômago não, o que embrulha o estômago é a mente dessa gente safada que mata as baleias.
Esse animal maravilhoso, dócil, lindo...
Pessoal do Greenpeace: Valeu pelo agradecimento no site oficial, mas não faço mais do que minha parte, que ainda é pouco, ínfimo, diante de tudo que ainda posso fazer!
Os problemas ambientais não são para serem pensados no futuro, ou para não serem pensados porque até lá já estarei morta, ou é pura implicância de ambientalistas chatos...
Os problemas ambientais que nós causamos também não são problema da natureza, porque a natureza continuará por aqui, porque sendo maravilhosa como é, tem a capacidade de se regenerar, quem vai acabar somo nós mesmos! A raça humana!
Então....
Mariana Aydar e Leci Brandão
Só pra dar uma amenizada: Vi o show da Mariana Aydar no Bem Brasil de hoje de manhã.
Gente, a menina é maravilhosa! canta muito, compõem e convidou a grande e eterna Leci Brandão que declarou em alto e bom som que Mariana é sua afilhada e por conta dela, e da música que gravaram juntas, ela voltou a tocar no Rio de Janeiro.
Que lindo ouvir : "A Mariana me devolveu à minha cidade, o Rio."
Palmas para Mariana pelo talento e sensibilidade e para toda sua banda.
E uma vaia para os empresários da noite do Rio que não convidam esta voz incrível que é Leci Brandão. Uma vaia bem grande.
E batam palmas pra ela, muitas...muitas... que ela merece...
Vamos salvar nossos bichos, nossas plantas, nossa árvores, nossos rios e mares, vamos economizar AGUA e ENERGIA.Vamos nos comprometer com nossa vida coletiva!
É muito fácil..., vamos lá...
Esse vídeo é tudo!
E não embrulha o estômago não, o que embrulha o estômago é a mente dessa gente safada que mata as baleias.
Esse animal maravilhoso, dócil, lindo...
Pessoal do Greenpeace: Valeu pelo agradecimento no site oficial, mas não faço mais do que minha parte, que ainda é pouco, ínfimo, diante de tudo que ainda posso fazer!
Os problemas ambientais não são para serem pensados no futuro, ou para não serem pensados porque até lá já estarei morta, ou é pura implicância de ambientalistas chatos...
Os problemas ambientais que nós causamos também não são problema da natureza, porque a natureza continuará por aqui, porque sendo maravilhosa como é, tem a capacidade de se regenerar, quem vai acabar somo nós mesmos! A raça humana!
Então....
Mariana Aydar e Leci Brandão
Só pra dar uma amenizada: Vi o show da Mariana Aydar no Bem Brasil de hoje de manhã.
Gente, a menina é maravilhosa! canta muito, compõem e convidou a grande e eterna Leci Brandão que declarou em alto e bom som que Mariana é sua afilhada e por conta dela, e da música que gravaram juntas, ela voltou a tocar no Rio de Janeiro.
Que lindo ouvir : "A Mariana me devolveu à minha cidade, o Rio."
Palmas para Mariana pelo talento e sensibilidade e para toda sua banda.
E uma vaia para os empresários da noite do Rio que não convidam esta voz incrível que é Leci Brandão. Uma vaia bem grande.
E batam palmas pra ela, muitas...muitas... que ela merece...
domingo, 11 de maio de 2008
Ser Mãe é.....
Ser Ninho...
Foto by Anne Geddes
Neste dia das mães queria fazer um pedido especial pra deus:
Deus, eu sei fritar ovos, mas não quero lançar um livro de receitas como a Angélica.
Eu sei escrever poemas
e histórias pra crianças.
então quero lançar um livro de poemas e de história para crianças.
Faça aparecer um editor que compreenda que é preciso ter coerência na vida.
Sem querer falar mal, mas vê se dá pra entender...
Como pode uma apresentadora lançar livros de receita sem saber cozinhar
e seu marido apresentador lançar livros de fotos sem ser fotografo?
Então nesse dia especial,deus, me arruma um editor, por favor.
Juro que na minha vida há Establishment interno...
Ou senão senhor, aponte-me a porta de saída mais próxima.
TROCANDO ALHOS POR BUGALHOS
Acabei de chegar da missa, onde há muito não ia.
Mas como as crianças estão fazendo catequese, volta e meia, dou um pulo pra aliviar a alma.
Por incrível que pareça hoje é dia de Pentecoste, o Espirito Santo.
A Mãe do PAC
Dá-lhe dá-lhe dá-lhe dá-lhe Dilma....
Moral dessa história: se não tem nada de bom, de bem, de ético para falar, que fique de boca fechada.
Devo dizer que a posição da ministra foi irrepreesível.
Adorei! Já estava de olho nela há algum tempo, e admirei sua postura, virei fã.
Uma militante irretocável!
Foto by Anne Geddes
Neste dia das mães queria fazer um pedido especial pra deus:
Deus, eu sei fritar ovos, mas não quero lançar um livro de receitas como a Angélica.
Eu sei escrever poemas
e histórias pra crianças.
então quero lançar um livro de poemas e de história para crianças.
Faça aparecer um editor que compreenda que é preciso ter coerência na vida.
Sem querer falar mal, mas vê se dá pra entender...
Como pode uma apresentadora lançar livros de receita sem saber cozinhar
e seu marido apresentador lançar livros de fotos sem ser fotografo?
Então nesse dia especial,deus, me arruma um editor, por favor.
Juro que na minha vida há Establishment interno...
Ou senão senhor, aponte-me a porta de saída mais próxima.
TROCANDO ALHOS POR BUGALHOS
Acabei de chegar da missa, onde há muito não ia.
Mas como as crianças estão fazendo catequese, volta e meia, dou um pulo pra aliviar a alma.
Por incrível que pareça hoje é dia de Pentecoste, o Espirito Santo.
A Mãe do PAC
Dá-lhe dá-lhe dá-lhe dá-lhe Dilma....
Moral dessa história: se não tem nada de bom, de bem, de ético para falar, que fique de boca fechada.
Devo dizer que a posição da ministra foi irrepreesível.
Adorei! Já estava de olho nela há algum tempo, e admirei sua postura, virei fã.
Uma militante irretocável!
sábado, 10 de maio de 2008
Mamãe vai fazer plástica!!!
Gente olha a que ponto nós chegamos:
"O mercado editorial americano é vasto, e a todo momento são publicados livros infantis que ajudam os pais a explicar às crianças situações complicadas do cotidiano - desde divórcio até deficiências físicas. Mas nunca esperei ver nada parecido com esse novo livro: "My Beautiful Mommy", que visa a preparar a criança para a cirurgia plástica da mãe. Escrito pelo cirurgião plástico Michael Salzhauer, da Florida, o livro tem a intenção de acalmar a ansiedade e estranhamento das crianças, antes e depois da operação. Até aí, tudo bem, o que não falta nos EUA e mesmo no Brasil são mães de classe média alta buscando filhos nas escolas em seus SUVs e tentando explicar para os confusos pimpolhos por que perderam as expressões faciais com o Botox ou como o seu busto triplicou de tamanho de um dia pro outro. O problema é quando você passa os olhos pela historinha, e vê um certo perigo de doutrinação infantil e a reafirmação de idéias negativas para auto-estima. Numa das páginas, a mãe começa a explicar para a filha que vai operar o nariz, que é muito grande, e a ilustração mostra a menina imaginando a mãe com um chapéu de bruxa (clique na foto do livro, aqui, para ver). Em outro diálogo, já depois da operação, a menina conta para a mãe que está aprendendo sobre borboletas na escola; a mãe diz que se sente como num casulo, com as bandagens da lipo (what a self-centered bitch...) No final, quando a mãe tira os curativos no nariz e na barriga, a imagem remete à de uma princesa. A filha diz: "Mamãe, seus olhos brilham como diamantes! Você é a borboleta mais linda do mundo!"
Posted by Leila Couceiro on abril 17, 2008 1:55 PM | Permalink site: stuck in sack
É mole ou quer salsa?
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Feito de silêncios...
O pior cego é aquele que não que ver.
Quantas vezes não nos atamos a relações sombrias margiadas por um personagem solitário chamado silêncio?
Uma relação vazia é permeada de silêncios.
Não o silêncio da cumplicidade, aquele delicado onde os olhares e almas se entendem apenas com um olhar.
Estou falando dos silêncios traiçoeiros, incomôdos.
Aquele que a resposta nunca vem, que é calcado quase na perversidade.
Em uma relação ou há diálogo ou há silêncio.
E por mais que tentemos por vezes nos adaptar a determinadas situações, a vida nos cobra reciprocidade.
O dia a dia nos cobra acordos que o silêncio impede de ser dito.
O silêncio obscuro, uma voz que cala respostas, entendimentos, reconciliações, perdão...
A voz do silêncio fala mais do que mil palavras.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Mi Buenos Aires Querido....
Eu sou uma pessoa mística e muito intuitiva, e se as almas tem um lugar, eu creio que a minha encontrou o seu lugar.
Durante muitos momentos em Buenos Aires, minha boca falava o que meu coração estava cheio: encontrei meu lugar no mundo.Pode parecer senil, uma brasileira, em solo argentino sentir tal sentimento.
Mas senti e sinto que estarei sempre lá, eBuenos Aires estará sempre em mim.
Senso comum?Não. Encontros.
Eu adoro viajar e sou viajante. Gosto de ir nos lugares famosos mas gosto de charfundar pelas ruas, sentir os cheiros, os sabores, os rostos, os rastros...
Buenos Aires é lindo, há algo mais naquela cidade.
Uma força latente, uma resistência que está nos olhos das pessoas, um romantismo,uma sensibilidade a toda prova.
Não há como negar. Há pessoas que vão para fazer vários circuitos e há programas para todos os bolsos.
Mas não procurei circuitos. Fiz o que minha alma quis, me pediu, evocou...
O que mais me encantou porém foi o tango.
Descobri que essa música é um pedaço da minha alma vazia.
Não há coisa mais linda do que os dançarinos de tango que dançam nas ruas de San Telmo.
Aliás, a feira de San Telmo é tão linda e mágica, que dá vontade de chorar.
Não posso resumir minha viagem. Porque seria impossível fazê-lo.
Aos poucos, vou contando as histórias e são muitas...
Mas como boa contadora de histórias que sou, sei que as histórias tem seu tempo.
E gosto muito quando elas saem miraculosamente sem estar na ordem do dia.
De volta, en casa.
Durante muitos momentos em Buenos Aires, minha boca falava o que meu coração estava cheio: encontrei meu lugar no mundo.Pode parecer senil, uma brasileira, em solo argentino sentir tal sentimento.
Mas senti e sinto que estarei sempre lá, eBuenos Aires estará sempre em mim.
Senso comum?Não. Encontros.
Eu adoro viajar e sou viajante. Gosto de ir nos lugares famosos mas gosto de charfundar pelas ruas, sentir os cheiros, os sabores, os rostos, os rastros...
Buenos Aires é lindo, há algo mais naquela cidade.
Uma força latente, uma resistência que está nos olhos das pessoas, um romantismo,uma sensibilidade a toda prova.
Não há como negar. Há pessoas que vão para fazer vários circuitos e há programas para todos os bolsos.
Mas não procurei circuitos. Fiz o que minha alma quis, me pediu, evocou...
O que mais me encantou porém foi o tango.
Descobri que essa música é um pedaço da minha alma vazia.
Não há coisa mais linda do que os dançarinos de tango que dançam nas ruas de San Telmo.
Aliás, a feira de San Telmo é tão linda e mágica, que dá vontade de chorar.
Não posso resumir minha viagem. Porque seria impossível fazê-lo.
Aos poucos, vou contando as histórias e são muitas...
Mas como boa contadora de histórias que sou, sei que as histórias tem seu tempo.
E gosto muito quando elas saem miraculosamente sem estar na ordem do dia.
De volta, en casa.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Mais Buenos Aires
Ainda estou por aqui.
Cada vez mais encantada com essa cidade.
Tenho pensado muito em tudo e no quanto a liberddae é boa e importante na vida de uma pessoa.
Ontem estive no Uruguai de buquebus que é um mini navio metido a besta, com direito a free shop,un cortado e uma linda vista do Rio de la Plata,
Eu amei a viagem e o chiquito Uruguai, cada vez mais belo e cada vez mais frio.
Ontem vi o por do sol no porto de Montevideo.
Um sol frio diante dos meus olhos me animava de uma tristeza insólita.
O sol rapidamente baixou no horizonte.
No sul do mundo, o por do sol é rápido e vc sente a rotação da terra bem debaixo dos seus pés.
Acabamos a noite ouvindo tango e tomando chocolate no Tortoni. Melhor impossível.
Hoje tem Feira do livro. As 16 y media.
Oxalá tudo dê certo.
Vou às compras.
Cada vez mais encantada com essa cidade.
Tenho pensado muito em tudo e no quanto a liberddae é boa e importante na vida de uma pessoa.
Ontem estive no Uruguai de buquebus que é um mini navio metido a besta, com direito a free shop,un cortado e uma linda vista do Rio de la Plata,
Eu amei a viagem e o chiquito Uruguai, cada vez mais belo e cada vez mais frio.
Ontem vi o por do sol no porto de Montevideo.
Um sol frio diante dos meus olhos me animava de uma tristeza insólita.
O sol rapidamente baixou no horizonte.
No sul do mundo, o por do sol é rápido e vc sente a rotação da terra bem debaixo dos seus pés.
Acabamos a noite ouvindo tango e tomando chocolate no Tortoni. Melhor impossível.
Hoje tem Feira do livro. As 16 y media.
Oxalá tudo dê certo.
Vou às compras.
domingo, 4 de maio de 2008
Enfim, Buenos Aires
Cheguei em Buenos Aires ontem.
Trancos e barrancos e muita sinusite.
Frio intenso.
Té con leche y media lunas
Determinações.
Sem saco para chateações.
Mas tarde , posto mais.
Trancos e barrancos e muita sinusite.
Frio intenso.
Té con leche y media lunas
Determinações.
Sem saco para chateações.
Mas tarde , posto mais.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Até quando?
Eduardo Galeano
Até quando os horrores continuarão a ser chamados de erros?
Esta carnificina de civis começou a partir do seqüestro de um soldado. Até quando o seqüestro de um soldado israelense poderá justificar o seqüestro da soberania palestina?
Até quando o seqüestro de dois soldados israelenses poderá justificar o seqüestro de todo o Líbano?
A caça aos judeus foi, durante séculos, o esporte preferido dos europeus. Em Auschwitz desembocou um antigo rio de espantos, que havia atravessado toda a Europa. Até quando os palestinos e outros árabes continuarão a pagar por crimes que não cometeram? O Hezbolá não existia quando Israel arrasou o Líbano em suas invasões anteriores.
Até quando continuaremos a acreditar no conto do agressor agredido, que pratica o terrorismo porque tem direito de se defender do terrorismo? Iraque, Afeganistão, Palestina, Líbano... Até quando se poderá continuar a exterminar países impunemente?
As torturas de Abu Ghraib, que despertaram certo mal-estar universal, nada têm de novo para nós, os latino-americanos. Nossos militares aprenderam essas técnicas de interrogatório na Escola das Américas, que agora perdeu o nome, mas não as manhas. Até quando continuaremos aceitando que a tortura continue legitimando, como fez a Corte Suprema de Israel, em nome da legítima defesa da pátria?
Israel deixou de ouvir 46 recomendações da Assembléia Geral e de outros organismos das Nações Unidas. Até quando o governo israelense continuará a exercer o privilégio de ser surdo? As Nações Unidas recomendam, mas não decidem. Quando decidem, a Casa Branca impede que decidam porque tem direito de veto. A Casa Branca vetou, no Conselho de Segurança, 40 resoluções que condenavam Israel. Até quando as Nações Unidas continuarão a atuar como se fossem outro nome dos Estados Unidos? Desde que os palestinos foram desalojados de suas casas e despojados de suas terras muito sangue correu. Até quando continuará correndo sangue para que a força justifique o que o direito nega?
A história se repete, dia após dia, ano após ano, e um israelense morre para cada 10 árabes que morrem. Até quando a vida de cada israelense continuará valendo 10 vezes mais? Em proporção à população, os 50 mil civis, em sua maioria mulheres e crianças, mortos no Iraque equivalem a 800 mil americanos. Até quando continuaremos a aceitar, como se fosse costume, a matança de iraquianos, em uma guerra cega que esqueceu seus pretextos? Até quando continuará sendo normal que os vivos e os mortos sejam de primeira, segunda, terceira ou quarta categoria?
O Irã está desenvolvendo a energia nuclear. Até quando continuaremos a acreditar que isso basta para provar que um país é um perigo para a humanidade? A chamada comunidade internacional não se angustia em nada com o fato de Israel ter 250 bombas atômicas, embora seja um país que vive à beira de um ataque de nervos. Quem maneja o perigosímetro universal? Terá sido o Irã o país que lançou as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki?
Na era da globalização, o direito de pressão pode mais do que o direito de expressão. Para justificar a ocupação ilegal de terras palestinas, a guerra se chama paz. Os israelenses são patriotas e os palestinos são terroristas, e os terroristas semeiam o alarme universal.
Até quando os meios de comunicação continuarão a ser receios de comunicação?
Esta matança de agora, que não é a primeira nem será, receio, a última, ocorre em silêncio? O mundo está mudo? Até quando seguirão soando em sinos de madeira as vozes da indignação?
Estes bombardeios matam crianças: mais de um terço das vítimas, não menos da metade. Os que se atrevem a denunciar isto são acusados de anti-semitismo. Até quando continuarão sendo anti-semitas os críticos dos crimes do terrorismo de Estado? Até quando aceitaremos esta extorsão? São anti-semitas os judeus horrorizados pelo que se faz em seu nome? São anti-semitas os árabes, tão semitas como os judeus? Por acaso não há vozes árabes para defender a pátria palestina e repudiar o manicômio fundamentalista?
Os terroristas se parecem entre si: os terroristas de Estado, respeitáveis homens de governo, e os terroristas privados, que são loucos soltos ou loucos organizados desde os tempos da Guerra Fria contra o “totalitarismo comunista”. E todos agem em nome de Deus, seja Deus, Alá ou Jeová. Até quando continuaremos a ignorar que todos os terrorismos desprezam a vida humana e que todos se alimentam mutuamente. Não é evidente que nesta guerra entre Israel e Hezbolá são civis, libaneses, palestinos, israelenses, os que choram os mortos? Não é evidente que as guerras do Afeganistão e do Iraque e as invasões de Gaza e do Líbano são incubadoras do ódio, que fabricam fanáticos em série?
Somos a única espécie animal especializada no extermínio mútuo. Destinamos US$ 2,5 bilhões, a cada dia, para os gastos militares. A miséria e a guerra são filhas do mesmo pai: como alguns deuses cruéis, come os vivos e os mortos. Até quanto continuaremos a aceitar que este mundo enamorado da morte é nosso único mundo possível?
__________
Eduardo Galeano é escritor e jornalista uruguaio. Artigo escrito originalmente para a revista cubana La Jiribilla.
Eduardo Galeano
Até quando os horrores continuarão a ser chamados de erros?
Esta carnificina de civis começou a partir do seqüestro de um soldado. Até quando o seqüestro de um soldado israelense poderá justificar o seqüestro da soberania palestina?
Até quando o seqüestro de dois soldados israelenses poderá justificar o seqüestro de todo o Líbano?
A caça aos judeus foi, durante séculos, o esporte preferido dos europeus. Em Auschwitz desembocou um antigo rio de espantos, que havia atravessado toda a Europa. Até quando os palestinos e outros árabes continuarão a pagar por crimes que não cometeram? O Hezbolá não existia quando Israel arrasou o Líbano em suas invasões anteriores.
Até quando continuaremos a acreditar no conto do agressor agredido, que pratica o terrorismo porque tem direito de se defender do terrorismo? Iraque, Afeganistão, Palestina, Líbano... Até quando se poderá continuar a exterminar países impunemente?
As torturas de Abu Ghraib, que despertaram certo mal-estar universal, nada têm de novo para nós, os latino-americanos. Nossos militares aprenderam essas técnicas de interrogatório na Escola das Américas, que agora perdeu o nome, mas não as manhas. Até quando continuaremos aceitando que a tortura continue legitimando, como fez a Corte Suprema de Israel, em nome da legítima defesa da pátria?
Israel deixou de ouvir 46 recomendações da Assembléia Geral e de outros organismos das Nações Unidas. Até quando o governo israelense continuará a exercer o privilégio de ser surdo? As Nações Unidas recomendam, mas não decidem. Quando decidem, a Casa Branca impede que decidam porque tem direito de veto. A Casa Branca vetou, no Conselho de Segurança, 40 resoluções que condenavam Israel. Até quando as Nações Unidas continuarão a atuar como se fossem outro nome dos Estados Unidos? Desde que os palestinos foram desalojados de suas casas e despojados de suas terras muito sangue correu. Até quando continuará correndo sangue para que a força justifique o que o direito nega?
A história se repete, dia após dia, ano após ano, e um israelense morre para cada 10 árabes que morrem. Até quando a vida de cada israelense continuará valendo 10 vezes mais? Em proporção à população, os 50 mil civis, em sua maioria mulheres e crianças, mortos no Iraque equivalem a 800 mil americanos. Até quando continuaremos a aceitar, como se fosse costume, a matança de iraquianos, em uma guerra cega que esqueceu seus pretextos? Até quando continuará sendo normal que os vivos e os mortos sejam de primeira, segunda, terceira ou quarta categoria?
O Irã está desenvolvendo a energia nuclear. Até quando continuaremos a acreditar que isso basta para provar que um país é um perigo para a humanidade? A chamada comunidade internacional não se angustia em nada com o fato de Israel ter 250 bombas atômicas, embora seja um país que vive à beira de um ataque de nervos. Quem maneja o perigosímetro universal? Terá sido o Irã o país que lançou as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki?
Na era da globalização, o direito de pressão pode mais do que o direito de expressão. Para justificar a ocupação ilegal de terras palestinas, a guerra se chama paz. Os israelenses são patriotas e os palestinos são terroristas, e os terroristas semeiam o alarme universal.
Até quando os meios de comunicação continuarão a ser receios de comunicação?
Esta matança de agora, que não é a primeira nem será, receio, a última, ocorre em silêncio? O mundo está mudo? Até quando seguirão soando em sinos de madeira as vozes da indignação?
Estes bombardeios matam crianças: mais de um terço das vítimas, não menos da metade. Os que se atrevem a denunciar isto são acusados de anti-semitismo. Até quando continuarão sendo anti-semitas os críticos dos crimes do terrorismo de Estado? Até quando aceitaremos esta extorsão? São anti-semitas os judeus horrorizados pelo que se faz em seu nome? São anti-semitas os árabes, tão semitas como os judeus? Por acaso não há vozes árabes para defender a pátria palestina e repudiar o manicômio fundamentalista?
Os terroristas se parecem entre si: os terroristas de Estado, respeitáveis homens de governo, e os terroristas privados, que são loucos soltos ou loucos organizados desde os tempos da Guerra Fria contra o “totalitarismo comunista”. E todos agem em nome de Deus, seja Deus, Alá ou Jeová. Até quando continuaremos a ignorar que todos os terrorismos desprezam a vida humana e que todos se alimentam mutuamente. Não é evidente que nesta guerra entre Israel e Hezbolá são civis, libaneses, palestinos, israelenses, os que choram os mortos? Não é evidente que as guerras do Afeganistão e do Iraque e as invasões de Gaza e do Líbano são incubadoras do ódio, que fabricam fanáticos em série?
Somos a única espécie animal especializada no extermínio mútuo. Destinamos US$ 2,5 bilhões, a cada dia, para os gastos militares. A miséria e a guerra são filhas do mesmo pai: como alguns deuses cruéis, come os vivos e os mortos. Até quanto continuaremos a aceitar que este mundo enamorado da morte é nosso único mundo possível?
__________
Eduardo Galeano é escritor e jornalista uruguaio. Artigo escrito originalmente para a revista cubana La Jiribilla.
O Ceifador
A vida é tirar cascas...
gostei tanto disso.
Foi essa a mensagem que saiu na minha carta de tarô que joguei ontem: O ceifador
Tirar cascas pra prosseguir, deixar o que incomoda, e principalmente todas as coisas e pessoas que nos impedem de crescer, para trás.
A vida é dolorida, mas nos dá chances. E isso é que é incrivelmente maravilhoso em viver.
São as possibilidades que nos são dadas. E se estivermos atentos, seremos contemplados com tudo que há de bom, de amor, de bem.
Contemplar o mistério da vida, como borboletas.
Tempo de se recolher, armazenar forças para adiante ter forças para voar.
E na maturidade, essa tranquila observação das coisas é tão fundamental, tão delicada e profunda, que só me resta rezar e agradecer a deus, por poder viver tudo isso.
Trocando alhos por bugalhos:
Arrumando as malas: muito preto, muito cinza, com uma pitada de vermelho e roxo.
Muito salto, pouca maquiagem, alguns dólares e lá vou eu....
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