terça-feira, 13 de maio de 2008

Me deixem com minha tristeza


Acordo triste todos os dias.

Não tenho pretensão de felicidade a curto prazo.

Todos os dias acordo meus filhos para a escola surpreendentemente no mesmo horário.

Fico triste porque não consigo acordar mais cedo e acabar com a rotina chata de sair catando os uniformes jogados ao léu.
Todos os dias isso me irrita profundamente e, lhes dou uma bronca daquelas.
Mas os meninos precisam aprender a serem cuidadosos para se tornarem homens cuidadosos.

Acabo gritando as 6 horas da manhã, igualzinho uma tiete de estádio de futebol.

Mas sou brasileira e não desisto nunca.Eles vão aprender por bem ou por mal a colocar as coisas no lugar, a toalha no varal, os tenis na sapateira ou eu não me chamo Fafi.

Depois que os meninos saem fico triste porque briguei ccm eles e, passo quinze minutos pensando nas desculpas que vou dar quando eles chegarem em casa.

Depois desisto. Eles bem que mereceram a bronca.

Começo a charfundar na internet cedo. As 8h e 30 paro pra tomar um gole de suco e engolir meu remédio instigante.

Volto de novo para o computer até as 10h.

Em dias programados e saudavéis, produzo, igual loba.

Nos dias de baixo astral, fuxico fofocas, leio todos os jornais disponíveis, fico no orkut ou caçando alguém no msn que assim como eu, não tenha nada mais pra fazer na vida.

Fatalmente me arrependo e fico triste porque perdi um dia inteiro e não fiz nada.

Eu podia estar lendo, escrevendo, pesquisando pro meu novo livro que é sempre novo, e dai? Mas não... fico de pasmaceira, pensando o dia inteiro em como a vida do Brad Pitt se transformou da agua pro vinho de uma hora para outra.

Almoço e fico triste porque podia ter comido mais um pouquinho. E se sinto fome e como demais, fico profundamente triste porque sei que isso vai me engordar.

Fico triste porque a agenda está cheia de atividades chatas que procuro ignorar solenemente .
Minha cabeça não está boa para pensar coisas insignficantes como contas e datas.

Quando chega a noite, desaparto brigas e tento conversar coisas educativas com meus filhos.

Meu subconsciente dá risadas homéricas, mas o id, ou sei lá o que, me pisca que sou mãe, não mais uma bicho grilo.

Ai que tristeza que dá.

Mas tudo bem, feliz é a hora que corro pra debaixo das cobertas.
Poder dormir sem sonhar.

Mas o que mais me deixa triste é quando os olhos cismam de não fechar.

Cismam em ficar abertos olhando o nada, pensando no nada, esperando nada....

Não penso no amanhã.
Como vai ser? Eu não sei.
Mas não custa pensar e querer muito que essa tristeza vá embora.
De mansinho como quem não quer nada.
E me deixe livre.
Com minha tristeza normal, a de sempre.
novamente e novamente.

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