Como Chacal



E lá vou eu novamente falar sobre a vida.

Tema recorrente, porém frequente,e não poderia ser de outra maneira.

Ainda mais quando tudo beira a mesmice à tantos.

E mesmo que haja um fôlego de ar ou uma viagem a Bueno Aires, a vida continua ali, te cobrando que apare as arestas.

A rotina caótica de sempre te espera. Entre cacos e feridas abertas.

Buscando entender sentidos,
desatrelando coisas,
sonhando, projetando, sonhando, projetando, mil coisas...

Esperando e-mails, enviando e-mails, revisitando agenda a cada dia sim e dia não para ver se os acordos dos dias doram cumpridos.

Mas no fundo desejo mais que as coisas que são ditas, como mero receptáculos de coisa alguma. No fundo no fundo o que eu queria mesmo era sair por esse mundo de meu deus, contando histórias, viajando, conhecendo gente.

Não nasci pra ser raiz.

Alguma coisa tá faltando nessa minha vida cor de rosa, talvez uma pitada de vermelho escarlete.

Talvez uma travessa de ravioli ao funghi.Sem que a culpa cause má digestão.

Ou um bom porre de vinho chileno.

Preciso, necessito, imploro, exigo, senhor, um porre de merlot...

Mas enfim, a vida continua.

Mas algo aconteceu nesses dias.

Ou melhor, uma coisa me entristeceu nesses dias.

Remexendo nos meus alfarrábios, encontrei uns folhetos da Bienal do Rio do ano passado, e li uma entrevista da Ana Maria Machado dizendo em entrelinhas, educamente como lhe é de hábito, mas com uma ponta de ironia que quem faz blog se masturba.

(Oh que delicia se isso fosse a verdade.
Seríamos quantos mastubardores hein?Blogueiros, cambada de punheteiros!)

Fiquei chateada. Um pouco ofendida. Diariozinhos de mulherzinhas.
Mulherzinhas com depressão.
Menininhas que arrotam e peidam.
Meninos desbocados,
donas de casa sem função,
poetas e poetas fracassados

Uni-vos!

Em rebelião DOS SENTIDOS, PELO DIREITO DE ESCREVER o que quisermos, pela liberdade de expressão, pelo dierito sagrado de sermos quem somos.

É muito fácil falar com desprezo de blogueiros, quando se tem uma cadeira na ABL.

Mas nunca vi nada mais democrático do que um blog. Viva o Blog!

Mas nada para ser levado a sério demais minha gente.
Isso são apenas cotidianos luscos-fuscos, desprazeres futacor.

Ai de mim que sonho em ser escritora.

Mas talvez Ana Maria Machado esteja certa.Talvez realmente publicar em blogs não tenha valor...

Meu blog de poesia, por exemplo, não passa de 1 vistante por dia.( Aliás, gostaria de descobrir quem é essa pessoa, ou seria um avião,um pássaro? meu deus...o super man?)

Vou acabar mimeografando meu próximo livro de poesias e sair vendendo nos bares, como o Chacal fazia na década tripassada.

Quem dera todos tivessem o sentimento translúcido de Chacal...

Enquanto isso,esses alfajores Havana, estão me quedando muy bién

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