domingo, 9 de dezembro de 2012

Eu nunca vou entender como as coisas realmente funcionam...
e na verdade,isso não tem a minima importância, porque não vai fazer a minima diferença na minha vida...
 o que incomoda é este desejo impaciente, vontade de tudo e ao mesmo tempo de coisa nenhuma.
 E se o mundo acabasse amanhã? meu deus o que eu faria, se o mundo acabasse amanhã?
Eu tinha tanta coisa pra  fazer ainda. Eu tinha tanto o que  falar, que ainda tá preso.
Mas penso que deixaria  tudo isso para l,. porque não ia fazer a minima diferença na minha vida.
Não falaria nada. Pra ninguém. Tudo ia comigo, como veio, desde que me formei gente, herdeira das estrelas.
talvez fosse importante saber  o horário exato, pra fechar os olhos e quem sabe chorar.
Não.
Eu não ia perder meu tempo chorando, como perco agora, tentando desesperadamente esquecer a idiotice das pessoas.

sábado, 24 de novembro de 2012

VII semana da consciencia negra de japeri

Vamos descolonizar nossos discursos, nossos pensamentos
vamos pensar igual gente, igual humano...
que diferença faz se o outro é preto, branco, mestiço, indio?
se somos pretos, brancos, mestiços ou indios?
que diferença isso realmente faz meu deus?
se cor da pele tornasse o homem mais sábio, mais  forte, mais inteligente, super humano,  se cor da pele trouxesse mais paz , mais gratidão, mais amor para o mundo. isso sim, faria toda a diferença.






Você quer namorar comigo?
Não, não quero.
Te enxoto  porta á fora.... como assim não quer namorar comigo?
Sou demais, recito versos e rio sozinha das bobagens que invento.
Como assim não quer me conhecer melhor?
Sou um aquário vivo cheios de peixes brilhantes que mudam de cor todos os dias e variam conforme as estações...
Tenho riso fácil, peitos pequenos e mãos que não sabem fazer bolos, mas sei tecer carinhos e banhos e massagens infindáveis sem nunca perder o ritmo.
Como assim não quer namorar comigo?
Sou magra nos lugares certos e tenho carne nos lugares certos também.
Não sei falar inglês, mas invento doçuras em linguas estranhas nunca ouvidas antes por nenhum outro homem....
Sou também uma fera indomável, sei lutar pelo que é meu, pelo meu lugar ao sol, só que devagarinho, sem comprometer a vida e a grama.
Gosto da natureza, me jogo nela e morro de medo de trovãos e do fim do mundo.entendo que isso  faz parte de minha essência feminina, mas não tremo ante a baratas, nem a moleques de rua que vagam desvairados pelas ruas... olho-os  nos olhos e eles saem de fininho, minha essência mãe, lhes dá um pito e um acolhimento e eles saem andando entre perdidos e culpados...
Não. você  não quer namorar comigo, porque teme que seu coração exploda de tanto amor e querer e quando você  ver eu te engoli completamente.
e você deixou de ser você pra ser uma parte de mim.
      

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

 Sento aqui esperando que esse sol dure mais do que ele promete
Espero que a vontade surja, indecente e que mova minhas mãos para compor algo concreto, que nem sei se quero mais...
o sofrimento é o mesmo todos os dias. O vazio é o mesmo todos os dias, mas eu me prometo nunca mais escrever coisas tristes, pois elas são pólos atraentes de mais coisas tristes e isso não vai me levar a lugar nenhum.
Tento ler um desses autores modernos. tento ler e ver se de alguma maneira me encaixo em algum lugar, mas não... são meras tentativas,  não quero mais  insistir.
Não posso fixar lendo sempre os mesmos autores esperando que eles me digam algo de novo, que nunca li. Mas eles dizem. Aí fico assim. Dependente.
Outro dia li Bukoswiki. cansei tão rápido, pois estava sempre esperando o inesperado a cada página. E ele sempre vinha. O inesperado. Aí voltei pra quem conheço bem, eu mesma. E estou assim. Tecendo retalhos, ou melhor patchwork. retalhos é algo antigo.. mas  acho que gosto mais.
Tecendo retalhos. quebra cabeças coloridos.
Não quero ordem no abismo.
Aliás, a ordem me enerva, por isso, sou assim, aquariana demais, para uma vida somente.
Não sei o que é certo, e nem quero saber. Estou cheia de angústias. Não as velhas, mas as novas, e ainda não me acostumei a elas.
O bom é que ainda nao doem, mas aos poucos vão me tirando o sono, e eu não gosto de me sentir assim: um personagem.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012





O mundo é tão pequeno quanto uma maçã.
Dizem que ele  gira.
Um dia gira pra um lado...
Outro dia, pra lado nenhum.
As voltas que ele dá demoram tanto a voltear, como  os passos que damos em torno
de nós mesmos
O mundo gira e desmancha nossos  sonhos
Dizem, mas eu nunca vi.
Reza a lenda que uma tal de gravidade nos mantem
atados ao chão
mas meus pés insistem em voar nesse
mundo de ninguém.
artefato  azul e verde
com nuvens brancas sobrevoando as carcaças que
fingem viver por aqui...
Esse mundo, tão pequeno
e tão vasto, Raimundo
não é meu
não é seu
é dele mesmo
vaga imensidão
via lactea de coisa nenhuma
E os kuazares distantes? dizem que  são infinitos  abismais.
dizem. mas eu nunca vi, pois estou atada aqui.
Vinda de um útero úmido que nunca me satisfez.
Esta noite sonhei um encontro marcado, num dia qualquer, numa cidade estranha
A lua embassava a janela.
 Eu pensei em meu pai. O mundo é grande, ele dizia.Possibilidades tamanhas.
Mas ele não sabia.
O mundo cabia na palma das minhas mãos.
Nunca ninguém descobriu.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Doideira de dia.
Uma história começada e não terminada.
Nunca sei terminar as histórias.
nunca sei muito bem o que falar no fim.

Dúvidas de  dia.
Devo enviar as histórias para a editora comercial e ficar esperando pelo não e pelo silêncio?
ou devo fazer como Carlos Drummond de Andrade, e fazer um livro por encomenda?

 Dívidas do dia: todas as lojas me ligaram cobrando. todos os três bancos me ligaram cobrando. Cartão de crédito e afins. Até minha mãe me ligou cobrando a parcela do computador que ela tirou pra mim nas Casas Bahia. Não resisti: até tú brutus?

Será que esses caras que cobram a gente também devem?
ou todo mundo, vive num mundinho cor de rosa com lacinhos vermelhos?  
Hábitos.
hábitos.
Hábitos.
Hábitos.
 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Hoje estou mais feliz do que de costume.
não sei porque a escova que fiz de manhã deu certo e meu cabelo aguentou com retidão todo o calor que fez hoje no  Rio de Janeiro, ou porque de manhã, eu tenha celebrado a palavra com mais de 50 alunos na E. M. Etiene de Oliveira no primeiro encontro de Artes e Poesia da Escola.
Os alunos leram poesia.

cantaram.
dançaram.
desenharam a capa do meu filho, quer dizer do meu livro, "A Princesa Cambalhotista"
e eu fiquei assim. com um troço  pulsando por dentro,  que reverbera para fora, intenso.
Ver aquelas crianças  e jovens me olhando enquanto eu falava, e seus olhos nos meus, sem armadilhas, foi lindo. aliás, é sempre lindo demais.

_ Minha perspectiva hoje não é a mesma de quando eu tinha 7 anos e comecei a escrever poesia.
Hoje meus olhos enxergam o mundo de uma forma diferente.porque sei que em qualquer lugar, a qualquer momento, vai surgir  uma idéia, ou  não. Mas isso não é o que importa.
Hoje,  carrego comigo um bloquinho para não me esquecer do que pensei. Palavras, ideías, são assim, mesmo, vem e vão, e vocês esquece mesmo, e de repente perde a oportunidade de expressar o que estava vendo, ouvindo, sentindo....

Então é preciso ser disciplinado.Escrever não é fácil. É construção, mas isso se aprende. a vida vai ensinando a palavra vai te ensinando... A poesia eu gosto que venha sozinha. não gosto de trabalhar a palavra  na poesia. Já me acostumei com a idéia de minha poesia ser incompleta. Porque ela nasceu pra ser assim. Não sei ajeitar poesia. E faço como Adélia. espero inspiração. Agora prosa não, vou trabalhando muito, deixo  o texto dormir, revejo, corto, peno, choro, rasgo, desfaço, deleto... mas isso tudo você aprende"


Eu divagando...E eles ali me olhando.Me devorando.

 No final milhões de beijos.
e muitos  incentivos, e muitos abraços, hum lindo dia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012



Lendo Galeano.
O mundo real na veia.
E uma pergunta que  a cada página me incomoda: Isso tudo faz sentido mesmo?
Esse mundo capitalista, imperialista, cibernético, diverso e múltiplo, mas preconceituoso, machista, racista, ganancioso, ás avessas...
Um mundo de imagens, exibicionismo, alter egos inflados,  de gentes indomáveis, de gente superior, de religião superiores, de deus da prosperidade,  um mundo que nega a ancestralidade, que nega o futuro, a esperança...
Um mundo cego, que vive às cegas...
Sei não.... não sei mesmo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

tipo assim... difícil.....


Ser autora num pais que ninguém lê.
Ser autora infantil num pais onde um livro infantil não é acessível para todas as crianças...
É tipo assim...difícil...
E há ainda mais.
Publicar literatura infantil é como avistar um castelo ao longe. Para você chegar até ele, tem que primeiro subir um muro com bastante visgo. Você dá um passo para frente e trezentos para trás.
Ultrapassado esse muro, ainda  há sua espera,  um fosso cheio de jacarés... e detalhe: não tem ponte para atravessar.
Como você não tem uma armadura,  porque afinal não é São Jorge, resta-lhe apenas algumas opções:
a) Ficar olhando da janela esperando a banda passar;
b) Sentar embaixo de uma macieira, e esperar que uma maça caia em cima da sua cabeça e você descubra uma importante teoria que vá mudar o mundo;
c)  Sair nadando igual Michael Phelps e encarar os jacarés;
d) NRA

terça-feira, 2 de outubro de 2012



Pinto os olhos.
Pinto a boca.
Pinto as unhas.
Pinto a face.
Pinto o cabelo.
 Pinto o sete.

sábado, 29 de setembro de 2012

Miscelânias de uma Mente Dormente



O que é importante pra mim, pode não ser importante pra você.

Na dúvida, dance.

Tá com falta do que escrever? Tome um sundae.

Arrume-se com o que tem. Cada um possui o que correu atrás pra buscar.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ontem fui comprar um notebook com D. Nelly, senhora minha mãe.
O meu caiu no chão e a tela espatifou em mil pedaços e agora parece um desenho pós moderno, desses que  a gente não entende nada, mas  acha bonito.
Estava lá pensando se comprava  o computador à vista ou em 10 vezes sem juros, quando a vendedora interrompe meus cálculos e me    diz que  estava reparando nas minhas pernas.
- Como?
- Desde que você entrou na loja,  estou reparando em  suas pernas. São bonitas, tprneadas  e tão lisinhas... Desculpe perguntar quantos anos você tem?
- -45.
- Nossa! dava 33.
-Se mata na academia?
-Nem morta!
- Poxa vc é muito bonita! Quem dera eu tivesse umas pernas assim...
Sorrio de uma orelha a outra,  Preciso de um pouco de elogio. Vindo de outra mulher, é melhor ainda.Encolho a barriga discretamente para não decepcionar a minha fã. Afinal isso são pequenos detalhes.
- É genético. Minha mãe aqui  tem 85. veja só esta  carinha mais linda do mundo.
D. Nelly se mete na conversa.
- Você  me desculpa falar, mas as minhas pernas, são mais bonitas do que a dela. Olha só.
E levanta as saias até o meio das coxas. A vendedora arregala os olhos. E passa a mão nas coxas lisas e duras de minha mãe.
-Uau!
- Um dia desses me médico me falou:_ Meu deus mas a senhora tem a perna muito durinha, sem uma varizes..nem celulites...
 E ela respondeu.
- Ai ai ai doutor,...  pode ir tirando os olhos das minhas pernas.

Definitivamente, Eu tenho a quem puxar. É Genético.
Frida, Frida...
Me ensina a ser como você?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Outra Cama

Este curta foi  produzido e filmado pelo meu sobrinho Pedro Lima.  Estou corujando mesmo;
Eles  são jovens.
E tem sonhos.
e nessa epoca da vida, os sonhos são lindos.
E todos possíveis.

Na busca do meu estilo de escrita, vou sovejando por entre os ossos.
Hoje, nada de teias nem atalhos.
nem navios à deriva, nem poemas mórbidos. Todos já foram escritos. Resta-me o riso.
Hoje, nada de lágrimas que ninguem vê e nem de promessas que custam a se refazer
Hoje, nada  de vazios e lamparinas milagrosas.
Hoje, apenas a vida, como ela deve ser.
A grande navalhada já estava gangrenado, apenas meus olhos custaram a perceber.
Depois que a gente faz 45 anos, começa a perceber que a vida está  apenas começando, que a gente já  fez um monte de burrada, e que está na maior cilada acreditando que o que nunca deu certo, de uma hora pra outra vai dar.
 Peraí.
Não sou mais uma garotinha esperando o onibus pra escola, sozinha.
Sou uma mulher de 45 anos e devia ter a cabeça no lugar.
E tenho.
Quer dize, só as vezes, preferencialmente em público.
Fora disso, sou eu mesma, um ser sem idade.  Meu interior é o mesmo menino de sempre.Não me meço pelos anos que carrego na certidão de nascimento.
Me encolho e  ainda sonho uns sonhos de menina moça. Alias, isso vem me enervando ultimamente;
 Eu nuncat fui cheagada a sonhos de menina moça, e  agora,  fico tendo esses sonhos, igual obsessão... acho que estou sendo possuida igual naqueles filmes  em que é preciso chamar o padre para fazer um exorcismo.

As vezes, sinto falta de viver perigosamente. Viver perigosamente quer dizer fazer exatamente  aquilo que se quer fazer, sem prestar contas pra ninguém.
 Tenho 45 anos, mas estou travada.
Não que isso me deixe envergonhada. Quem é o(a) sortudo (a)que pode realmente   fazer aquilo que quer irresponsavelmente? sem pensar no amanha? nas consequências? nos filhos? no trabalho? na conta de luz no final do mes para pagar? no raio do empréstimo consignado  feito  pra poder viajar no final do ano?Quem  nessa vida consegue esquecer da cara do gerente do banco?
Eu deveria saber  aos 45 anos.
Deveria estar pensando  em coisas mais concretas, fazendo coisas mais concretas, investindo em mim... focando na carreira..querendo colocar prótese de silicone, fazendo dieta pra caber no manequim 36 e fingindo que ainda sou  uma jovem na academia.
 Mas é como se uma baleia enorme tivesse me devorado e eu calmamente  me acostumasse a escuridão. As vezes choro. Quero minha mãe.
 Adoro minha escuridão interna. Adoro meus dias úmidos, meu eterno estado de poesia.
Vejo a vida como a via antes de completar os tais dos enta.
Dia desses Naninha, minha amiga ha mais de vinte anos. ( eu sei é horrivel dizer issso, sim, mas eu tinha apenas dezoito anos,  quando a conheci, portanto é uma velha amiga.) me disse:- Cara, você era a mais moderninha de nós todas, ( nós todas: eu  e mais duas amigas) e agora?  e agora maria de fatima? ( é assim que ela me chama ha mais de 20 anos) Qual é a sua cara?
Humm... eu moderninha? só porque gostava do Legião Urbana? bebia todas? fumava uns? beijava todas as bocas que queria e me divertia com quem me agradasse? era morderninha porque fiquei gravida e não quis casar? era moderninha porque acampava e ficava dias fora de casa com meu indefectivel podrão  da Topper e meu shortinho da wangler comprado na Ce A?
Era moderninha porque não  sonhava filhos, nem familia e  vivia cada dia de uma vez?
ou será que eu era moderninha porque a vida  não me espantava e eu tomava gim e vodka ou invés de cuba libre?



domingo, 16 de setembro de 2012

Estou às avessas.
De uma hora pra outra saí de um inverno interno rigoroso e sombrio e dei de escrever...
Foi a melhor coisa que fiz nos últimos cinco anos, já que as postagens no blog tem sido meramente burocráticas, já que não conseguia pensar em nada, além de viver um dia após o outro, reclamando da vida.
Tudo estava sem sentindo e de repente as manhãs ensolaradas.... Dei de escrever.
E juntamente com a vontade de matar essa fome, uma outra coisa aconteceu: Dei de  ler absurdamente.
 Não me critiquem. Sempre li muito. Cinco livros por vez. De manhã, de tarde, de noite e  nas altas madrugadas.
Depois a coisa foi dimiunindo a olhos vistos, já que uma catarata consumia my eyes.
Operei a catarata tem 20 dias. Isso me animou. Mesmo que de um lado  o mundo seja vivo  fuorescente,  e do outro lado,  amarelo pastel embassado.
O médico recomendou outra operação  daqui a 15  dias. Reviver o olho direito..
Fico pensando o que vai acontecer comigo.
Me irradio de alegria.
Se  vendo pela metade, estou tão disposta a escrever, errar,  a me enverhonhar dos meus escritos publicamente, quem dirá o que pode me acontecer, quando o mundo finalmente se tornar fluorescente por inteiro?
Minha alma voa acima do  meu corpo, e me vejo no meu canto, digitando como louca, escrevendo nos meus cadernos. Feliz,  igual criança quando pede um doce, e a mãe sorridente diz sim, compra o doce e ainda come junto.  
Resolvi arrumar os livros na  estante e decidi que fazê-los ia conversar entre si, sem obedecer a tamanhos, ordem ou gêneros.

Oswald de Andrade do lado de Jean Genet, Rachel de Queiroz em prosa com Jane Austen, Lya Luft do ladindo de Menalton Braff; Clarice sozinha com os seus. João Guimarães Rosa brigou e quis ficar perto de Gabriela. Compreensível.
Focault renunciou a estante principal e preferiu ir para o exílio do armário do quarto. Manuel Bandeira preferiu Haroldo de Oliveira. Apenas diferente.  Millôr se aconchegou com Saramago, e Cecilia depois dos  rodopios virou passarinho com Manoel de Barros.
Marina Colassanti se desdobra entre João Cabral de Melo Neto e Érico Verissimo.
Nelida Piñon atormentada por Goethe enquanto João  Américo de Almeida reina absoluto na sua tríade, minha forma geométrica preferida.
Mario Quintana quietinho.Do seu lado, o espevitado Darcy Ribeitro.
Muniz Sodré no meio do caminho de Drummond, Machado fez questão de dormitar ao lado de Florestan Fernandes enquanto Paulo Freire não resistiu aos encantos de Lygia Bojunga.
Não que eu tenha programado nada.
A coisa simplesmente aconteceu
 Estou  curiossima pra ver  que bicho vai dar esse coloquio interessante.    

sábado, 15 de setembro de 2012

  Dia desses, estava eu, em mais uma crise de identidade.
Normal.
Desde que me conheço por gente, que vivo crises assim: intensas, desfigurativas,complexas e que nunca chegam  a lugar nenhum.
Por uma artimanha do destino, cruzei com um amigo  no skype.
Ele é um artista,  é ilustrador, sensível... aprendeu a  decifrar  as palavras que o autor expressa, através das linhas do desenho..
E comecei meu blalablabla...
"Eu não consigo escrever... não tenho rotina, as palavras  fogem de mim, estou tão down,,, tive diarios a vida toda, escrevi a vida toda, mas na verdade acho que não tenho nada a dizer e  blablablablabla...".
Cansativo.
Coitado do ouvido desse meu amigo.
Se fosse eu, não pensaria duas vezes: me excluiria do skype para sempre, nessa e na outra encarnação.
Mas ele é um doce. É um artista. Nunca faria isso.
Entende a aflição. A costura e o bordado.
E me disse. -Fica calma e acha o seu estilo de escrita
-Ai meu deus.... estilo de escrita?
-Esse estilo ja existe.Procure em todos os seus textos o que se repete, procure.  Quando achar  comece a utilizar mais...
-Ahã... ok.

Agora estou  com medo de procurar.

 E a crise continua.  Intensa. Desfigarativa. Complexa. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012



O mar de nós mesmos,  revolto, sem calmaria, nos traz  garrafas abertas e pedaços de barcos despedaçados, nos deixa a revelia das coisas e lugares,  náufragos seguimos sem norte....quem sabe até encontrar uma ilha perdida no meio de coisa nenhuma... 
 O mal de nós mesmos,  é aquele que negamos, mas que que habita em nós...  cegos,  damos voltas e mais voltas nos atalhos para dizer que  o mal está sempre o outro...Mas quanto mais negamos o mal em nós, mais ele se fortalece...
E a  mediocridade de nós mesmos? a escondemos nas gavetas e deixamos emborolar, para que ela esqueça  de se manifestar, enquanto atônitos, levamos o cachorro pra passear...
E essa vontade de roer a corda e sair do mundo? O que é afinal?
 Vontade de não estar,  de não ser,  de se perder e  nunca mais voltar  para o lugar que  é nossa prisão...

  Mas e se durante a volta  não tiver nada além das violetas na janela? Encafifadas.Morrendo  de febre neste calor de 40 e poucos graus?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012


Ser feliz ou ter uma vida interessante?


Essa indagação nasceu  de um texto que li da Martha Medeiros ha muito tempo, sobre a citação do psicanalista Contardo Calligaris que comentou que ser feliz não é tão importante, que mais vale viver uma vida interessante.
Se isso me fosse dito quando esperava que o sol nascesse todas as manhãs do mesmo jeito, com a  minha intrasigência habitual, maturada pela imaturidade, mandaria esse psicanalista ir colher chuchus, como nos versos de Adélia.
Mas agora me vejo tão pertencida desse pensamento.
Não precisar da felicidade, necessariamente para ser feliz, é de uma libertação que ainda me choca, mas é uma atitude que venho cultivando a cada dia que passa, com a força de tratores.
Quando acreditamos que um dia de chuva pode acabar com a nossa felicidade, ou um vestido que tem o fio puxado, ou o cara que você ama não é exatamente aquilo que você sonha de um homem perfeito, estamos fadados a eterna insatisfação.
Não que tenhamos que os contentar com o pouco, com o mínimo, mas é preciso extrair da vida o que ela te oferece.
Ter uma vida interessante parece sim a vida perfeita.
 Mas somente agora posso dizer isso.
 Passada a aflição da metáfora, posso me entregar a antítese sem medos.
Posso parir o desconhecido,  enfrentar velhos  desafios,
me entregar às ambições mais pequenas como ler um livro sem ser incomodada, isso sim felicidade suprema.
Coisas pequenas nos fazem tão bem, pena que não nos damos conta disso.
Eu tive que aprender no sufoco a dar a valor as  pequnas  coisas sem almejar as metas tradicionais, ao que supostamente estava escrito.
E só me dei conta disso, quando saí do poço e vi que a cada dia eu recomeçava do zero.
Cada dia era um dia diferente e que eu estava disposta a tudo.
Realmente dá trabalho viver.
Mas é tão bom.  

sexta-feira, 3 de agosto de 2012



O amargo gosto do retrocesso na boca, me faz pensar.
Não vou me atirar na ponte mais próxima.
nem vou me jogar a seus pés.
intacta, permanecerei.
Persistindo nesse absurdo.?
Eu não sou flor. Nem cultivo espinhos.
Apenas me deito e sonho.
As palavras custam a vir, enraizadas na falta de costume.
Preciso aprender a escrever o que me passa.
preciso aprender a ler o que me convém.
E quando todo o resto parecer morto
aprender a aceitar o que os meus olhos insistem em mostrar...

terça-feira, 24 de julho de 2012




Assim te espero todas as noites.
Noiva.
Dispo-me sem muita liturgia, e entrego-me sem dó nem piedade nesta espiral de nós dois...
Falamos pouco... Não há muito a ser dito.
Pouco de nós está presente.
Nos comunicando de um jeito que ninguém sabe, nem nunca saberá. Pois este é um orô das deusas, um dos mistérios da infinita pajelança...
Estamos ali, e o mundo ao nosso redor não tem dono, nem lugar para nós dois.
Mas o que há?Diga-me devagar, que é para eu não me assustar...
Há um silêncio que é nosso.
Uma intimidade fingida, que não ousamos admitir...
Negamos nossa maturidade
ela nos expõe ao ridículo;
E não queremos isso.
Todos nossos amigos a nos julgar.
 O que realmente importa, ninguém nunca vai saber:  te espero todas as noites
noiva.
E cúmplices, vamos seguindo
ambos, sem direção.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Meia noite em Paris. Wood Allen.
Para mim, já valia o filme todo, o belo presente que o cineasta nos oferece, com a Paris vista pelos olhos de uma pessoa sensivel à cidade...
Paris linda chovendo, as vielas de ruas centenárias, os jardins, as bancas de jornal, a torre effeil vista de lado, de um canto qualquer,ou com o metrô passando bem na sua frente.
E ao mesmo tempo, Gal Costa cantando "Sua Estupidez" do Roberto é arrebatador!!!!!
Não sei se estou conseguindo fazer tudo o que plenejei nessas férias, mas o que acontece de repente é tão bom... E não quero sentir culpa de nada.




terça-feira, 17 de julho de 2012

zebra


Africana, livre, faceira, a zebra é um animal que vive em família, e tem, como predador natural, o leão.

Porém, as zebras, aprenderam rapidamente que o pior predador que existe é aquele que olha para uma zebra e pensa: Nossa daria um lindo sapato ou uma linda bolsa!!!

segunda-feira, 16 de julho de 2012





Estou numa fase que não me permito nenhuma impenetrabilidade...
Principalmente de pessoas.
Há pessoas que são mundos impenetráveis, e você fica seriamente tentado a pensar se ali existe um universo particular.
Certamente que si... mas nessa fase da vida, mistérios bons são os desvendáveis... não quero ter trabalho para descobrir ir o que não se mostra, o que é oculto, e tão profundamente indolor às querelas e procuras...
Quero tudo a minha disposição, os quereres, os prazeres,as tranqueiras e outras mixarias...
Minha mãe diz que tô ficando velha.
Eu acho que simplesmente estou aprendendo a viver a vida.

sobre facebook




Tinha algum tempo que eu não entrava no face book.
Não sei bem se a ferramenta não me agrada mais, ou se estar lar é uma perda de tempo para mim.
Perde-se um tempo ali...As vezes, inimaginável...
Agora estou numa fase “Estou preocupada em viver minha vida.”
Quero ler meus filhos, estar com meus livros...
Navegar no facebook é como estar num mundo  a parte, tão ilusório e irreal que até as amizades que são verdadeira  e leais, ali parecem anormais...
Mas isto é para mim, É que sinto. Não me espanto. Nada tudo sempre pode ser igual ao que era antes ou ao que nunca foi...
Notaram que agora todo mundo adiciona local da postagem: hotel, teatro, bares,  restaurantes, próximo a Belenzinho, 72h para embarcar para Veneza...
Eu sou mais simples:  Planeta Quero Minhas férias!  Planeta Hilda Hirst, Planeta estou vendo Discovery com meus filhos...

Moral desta History, que não vai chegar a lugar nenhum: Tudo  é dialética! 

Primeiro dia de férias.
Não sei ainda o que faço tão tantos espaços vazios. Mas os planos precisam ser muito bem organizados, porque senão não dá tempo de quase nada.
Primeiro: curtir os filhos e poder estar com eles: almoçando, vendo discovery juntos, brincar pelo controle, pipoca, canjica, cinema e uma livraria no meio da tarde.
Depois os médicos, oftamologistas,ginecologistas e pode até ser que role um cardiologista.
Finalmente chego às leituras. Tantas e atrasadas: filosofia, ambiente, educação, um romance aqui, revistas ali, o ultimo do Muniz Sodré.

A poesia entra no projeto noturno "poesias interativas" onde são lidas poesias eróticas de todos os tempos. Um projeto alternativo muito diferente, mas o sarau é apenas pra 2.

E ademais... Escrever... escrever... escrever... Coisa que não me dedico ha algum tempo.

Preciso atualizar os blogs,escrever um artigos sobre a poética entre Cecília Meireles e Roseana Muray, preciso acordar os textos infantis que estão dormindo,revisar pela 355º vez meu livro de poesias...
Não escrever para um escritor é como estar num planeta sufocado por gases tóxicos...
Preciso sentir de novo o peso da pena, e estou voltando para casa depois de um longo e lexotanico tempo.
Assim sigo. Sem saber se volto ou não das férias.

quinta-feira, 5 de julho de 2012


Quem pode me explicar porque os buracos negros só  sabem sugar?Eles nunca vomitam nada, e mesmo assim, engolem tudo sem distinção...
 E essa coisa toda tão  bem explicadinha? e essa coisa tão correta e chata? Pormenores indiziveis...
Tudo  é tão  simples... tudo é  tão complexo...
Até os atalhos estão cheios de regras tão certinhas
Pensarcomotodomundopensarcomotodomundopensarcomo todomundo
besteiras burguesas de um mundo comum
fetiches,sonos mal dormidos, amigos cibernéticos e amores na tela do computador
E todos vão seguindo a mesma  trilha, sem gilete. 
Pela metade, seguindo até um ponto de referência.
Esquerda? direita?
Ao norte, ensina a bússola.

Esquecer o que se quer. Mas o que realmente se quer?
os quereres pares.
Desfazeres impares.
Vontade de chorar no meio do dia.
As certezas inacabadas vão fazendo fila todo dia e essa incompletude que não alimenta tudo?Será  que no final, isso vai levar a algum lugar?
Não escolho os caminhos. Eles mesmo se escolhem.
 Caminhos são modernos. Sustentáveis. Autogestionados.
E essa vontade de andar descalça no meio da noite?
Me diz o que faço com essa amplitude que me queima os olhos?
A memória entranha pelos ossos e  vai adentrando  toda a carne.

A lembrança dos risos dos filhos alimenta as paredes da casa. Silenciosos permanecem os móveis, atentos, os livros.
As buganvílias brancas e os jasmins  já não existem mais.
Mesmo assim, as formigas continuam  carregando suas folhas no quintal...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

rio mais 20

Momentos interessantes na cúpula dos povos...

 Exposição Pier Mauá

Você pode estar num lugar assistindo a um bom jazz, e dali a pouco assistir uma palestra com a Marina Silva ou Paul Singer, comprar banana pra fritar do muitirão dos sem Terra de porto Seguro, fazer uma pintura dos indios Parecis, participar de um protesto solitário com um ecologista do japão, dançar um forró com as mulheres ceraenses, ouvir uma experiência africana na  tenda intereligiosa, saudar os orixás, participar da plenária dos moradores de rua que lutam por autonomia, cultura e saúde, partuiipar das plenárias indígenas, das plenárias de alimentação alternativa, sustentabilidade, energia nuclear e aletrnativas, dançar um toré com os Tupinambás, enfim...  Essa é a Cúpula dos Povos...As vozes paralelas da Rio mais Vinte estão lá: Vivas, vibrantes, buscando um lugar na midia para reivindicações justas, enquanto isso, os governantes parecem que não estão entendendo a responsabilidade dos paises em buscar saída para a nossa vida no planeta terra.




Passeata ecologica com alunos da baixada fluminense: Rumo a Cúpula


domingo, 27 de maio de 2012



Foi assim.

A curiosidade se transformou em calidez do espanto.

Espanto porque nunca pensei que...

Espanto porque cheguei tão perto...tão perto..

E se a vida se mostrou infrutifera eu tenho certeza que a culpa é minha...

Minha avidez as vezes me torna diferente do que sou.

Me lembro que meu pai me carregava nas suas costas e eu era feliz.

Me contava histórias antigas e eu não vislumbrava o futuro, só o passado.

Com seus olhos eu via as oliveiras em flor.

A colheita da azeitona

A feitura do azeite.

Sentia os cheiros e gostos das suas palavras, e ali eu vivia em territórios que somente existia nos sentimentos dele...

O cheiro de Aveiro.

E vivi disso até que aprendi que somos feitos de narrativas.

Nada do vivido tem mais importância depois que tudo passa. Só a memória daqulo.

E entre minhas memórias, vou des-construindo o momento de te visto pela primeira vez.

Assim, vivo tudo de novo. E só guardo o que me interessa lembrar. Assim, não enlouqueço, e não acontece nada. Tudo de ruim vai embora e fico apenas com seu abraço.